“Trata-se, com efeito, de um livro muito importante na obra magistral de mestre Aquilino. Não só porque conta a sua vida, desde a expulsão, por falta de vocação, do Seminário de Évora, em que estudava, até aos seus primeiros e aventurosos passos na Lisboa de princípios do século XX. Nas redacções dos jornais republicanos em que colaborou, sem chegar para o seu sustento, os livros que traduziu, sem que o seu próprio nome figurasse na portada, nas pensões manhosas em que se alojou e fez relações com republicanos, maçons, carbonários e anarquistas, tenso participado na boémia pataqueira – e um tanto sórdida – dessa Lisboa, tão diferente da sua aldeia, nas conspirações contra o «ditador» João Franco e o juiz Veiga, sem excluir o «Marquês da Bacalhoa», que não era outro senão o odiado D.Carlos, retratado, com ferocidade e desdém, no livro – best seller do tempo, hoje quase esquecido, mas que merece ser lido – de António de Albuquerque…”
Mário Soares in Prefácio
"Um escritor confessa-se", um livro de Aquilino Ribeiro que só 11 anos depois da sua morte em 1963 foi publicado, volta às bancas, em nova edição, com a chancela da Bertrand, marcando-se o evento com uma sessão de lançamento na Fundação Mário Soares.
O próprio Mário Soares, autor do prefácio desta edição, fará a apresentação do livro, que inclui "dispersos e inéditos".
O próprio Mário Soares, autor do prefácio desta edição, fará a apresentação do livro, que inclui "dispersos e inéditos".
Neste seu livro de memórias, Aquilino escreve sobre um acontecimento em que de alguma forma esteve envolvido e que ainda recentemente alimentou muitas páginas da imprensa portuguesa: o regicídio, perpetrado no Terreiro do Paço por Buíça e Alfredo Costa em 01 de Fevereiro de 1908.
Aquilino conheceu estes dois operacionais do atentado e sobre eles escreve em "Um escritor confessa-se", mas em parte alguma do texto chama a si responsabilidades pelo que aconteceu.
O nome de Aquilino tem sido algumas vezes referido, em particular por círculos monárquicos e da direita, como um dos atiradores do Terreiro do Paço, uma acusação sem fundamentação histórica e documental que a sustente.
Por altura do centenário do regicídio, essa acusação voltou a ser ouvida e escrita, à semelhança do que já no ano passado acontecera, quando os restos mortais do escritor entraram no Panteão Nacional.
Aquilino conheceu estes dois operacionais do atentado e sobre eles escreve em "Um escritor confessa-se", mas em parte alguma do texto chama a si responsabilidades pelo que aconteceu.
O nome de Aquilino tem sido algumas vezes referido, em particular por círculos monárquicos e da direita, como um dos atiradores do Terreiro do Paço, uma acusação sem fundamentação histórica e documental que a sustente.
Por altura do centenário do regicídio, essa acusação voltou a ser ouvida e escrita, à semelhança do que já no ano passado acontecera, quando os restos mortais do escritor entraram no Panteão Nacional.
A edição agora lançada no mercado inclui alguns novos textos, um dos quais da autoria do filho do escritor, o antigo presidente da Cãmara de Lisboa Aquilino Ribeiro Machado.
Da mão do próprio Aquilino acrescenta-se à edição anterior uma série de inéditos, entre eles uma carta do exílio sobre a forma como viveu o 05 de Outubro de 1910 em Paris, relatos sobre a maneira como conheceu a primeira mulher e como passou um Natal na cadeia, as suas impressões após a morte da mulher e a história da revolta do regime de Pinhel e a fuga do presídio de Fontelo em 1928.
Da mão do próprio Aquilino acrescenta-se à edição anterior uma série de inéditos, entre eles uma carta do exílio sobre a forma como viveu o 05 de Outubro de 1910 em Paris, relatos sobre a maneira como conheceu a primeira mulher e como passou um Natal na cadeia, as suas impressões após a morte da mulher e a história da revolta do regime de Pinhel e a fuga do presídio de Fontelo em 1928.
Aquilino nasceu a 13 de Setembro de 1885 no concelho de Sernancelhe, freguesia de Carregal de Tabosa, e faleceu em Lisboa a a 27 de Maio de 1963. Da sua vasta obra ficcional fazem parte títulos como "Jardim das Tormentas", "Terras do Demo", "Mónica", "Maria Benigna", "Andam faunos pelos bosques", "A Casa Grande de Romarigães" e "Quando os lobos uivam".
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