quarta-feira, 25 de março de 2009

Encontro 2009

O 14.º Encontro de Os Barões da Sé de Viseu realiza-se no dia 16 de Maio de 2009.
O ponto de encontro é as Bicas, pelas 18 horas.
O Jantar é pelas 20 horas no Restaurante Típico O Cortiço na Rua Augusto Hilário.

Agradece-se a todos os Barões que confirmem a sua presença (baroesdase@gmail.com) e que passem palavra uns aos outros.


O Cortiço


Considerado como o baluarte de gastronomia da Região de Viriato, o Restaurante Típico O Cortiço, fica situado bem no coração da chamada Zona Histórica da Cidade de Viseu.
Por vizinhança tem um espólito importante de valores arquitectónicos: desde a Sé Catedral ao Museu Grão Vasco, da Casa do Miradouro à Casa do Adro, sem esquecer a estátua do Rei D. Duarte, que lhe fica ainda mais ao pé.
Dom Zeferino, seu fundador, andou pelas aldeias da região na pesquisa da arte culinária, no levantamento de usos e costumes na investigação de receitas antigas que os velhos ainda guardavam da tradição oral.
Destas colheitas resultaram pratos que, diariamente, fazem parte da diversificada ementa, dos quais destacamos alguns: bacalhau podre apodrecido na adega; polvo frito tenrinho como manteiga; rojões com morcela como fazem nas aldeias; cabrito à pastor da Serra; feijoada à moda da criada do Senhor Abade; vitelinha na púcara à lavrador; coelho bêbado três dias em vida e arroz de carqueija.
É frequentado por pessoas que já fazem dele a sua casa; vêm do País e estrangeiro; está incrito nos mais diversos roteiros turísticos.



Tem sido distinguido ao longo dos tempos com múltiplos troféus, que orgulhosamente ostenta, a par das inúmeras mensagens que os amigos deixam nas suas paredes.
É com legitima propriedade considerado o mui digno representante da gastronomia regional beirã e ainda, por direito próprio, um dos mais nobres cartazes turísticos da Cidade de Viseu.

Centro Histórico com reforço policial


Diário de Viseu e Jornal de Noticias de 25.03.2009

sexta-feira, 20 de março de 2009

900 anos do nascimento de Afonso Henriques comemorados em Viseu

As dúvidas sobre o local do nascimento de Dom Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, mantêm-se. A polémica entre Guimarães e Viseu não arrefece. A única certeza é que o nascimento ocorreu há 900 anos no mês de Agosto e Viseu vai começar a assinalar a data na próxima semana.
As comemorações têm, em Viseu, início oficial no dia 28 de Março, em Torredeita com a conferência "O Tratado de Zamora na Origem da Bula de 1179", com o orador João Silva de Sousa. Até ao final de Maio, a câmara prevê realizar mais três conferências descentralizadas. "A autarquia considerou importante descentralizar o conhecimento cientifico e privilegiar outras pessoas e lugares", explica o vereador da Cultura, José Moreira.
Em Junho o Pavilhão Multiusos recebe o "concerto de celebração", no qual participam todos os grupos corais de concelho de Viseu. "O concerto é com a Filármonica das Beiras que será acompanhada por 500 vozes. A iniciativa está a ter uma grande aceitação e o primeiro ensaio é já dia 20", refere o vereador.
A Pousada de Portugal também se junta às festividades com a recepção do espectáculo de dança "Mater", da companhia de dança Amálgama.
Três exposições documentais e de arte medieval e a realização de um congresso internacional são os pontos altos das comemorações, que serão comissariadas pelo medievalista João Silva de Sousa. "O Congresso é subordinado ao tema "Afonso Henriques - 900 anos depois". Vamos ter especialistas de Portugal, França, Inglaterra. Creio que vamos ter a nata de investigadores que estudam a época medieval", salienta José Moreira.
O vereador acredita que o evento permitirá "divulgar as últimas conclusões, não só referentes ao nascimento de Afonso Henriques, mas de toda a época medieval".
Polémica. Viseu ou Guimarães? Onde terá nascido o rei? A polémica estalou quando o investigador viseense Almeida Fernandes lançou em 1993 um livro onde defende que D. Teresa, mãe de Afonso Henriques, se encontrava em Viseu no mês de Agosto de 1109. Tese aceite, em 2006, pelo historiador José Matoso.
"Não vamos comemorar o nascimento contra ninguém, isto não se trata de uma discussão política", afirma o vereador, sublinhando que "o berço é e continuará a ser Guimarães, ninguém está tentar usurpar isso".
De acordo com o vereador, o presidente da autarquia, Fernando Ruas propôs publicamente, durante uma cerimónia, "comemorações em conjunto com Guimarães". "Nunca tivemos um feedback. Mas a ideia de realizar a festa das cidades Afonsinas, continua de pé".
As comemorações dos 900 anos do nascimento do rei terminam no dia 21 de Setembro com um cortejo evocativo.

Texto de Ana Filipa Rodrigues in Jornal do Centro de 20.03.2009

terça-feira, 17 de março de 2009

Alvess: Artista secreto de singular, natural de Viseu


O Museu de Serralves – Museu de Arte Contemporânea apresentou a primeira exposição antológica de Alvess (Manuel Nogueira Alves, n. 1939, Viseu), comissariada por João Fernandes e por Sandra Guimarães. A mostra reúniu obras que abrangem um leque temporal de cerca de quarenta anos e, atendendo ao facto de muitas delas nunca terem sido trazidas a público – talvez por isso os comissários apelidam Alvess de “um dos mais secretos artistas portugueses” –, a exposição revestiu-se de um contributo de monta ao nível da construção, por vezes não muito fácil, da história da arte portuguesa dos últimos cinquenta anos. Vamos tentar perceber porquê.
O percurso artístico de Manuel Alvess conheceu alguns momentos relevantes, tais como a frequência de um curso promovido pela Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa. Na verdade, esta instituição assumiu uma importância assinalável na formação artística de várias gerações, particularmente a partir dos anos de 1964/1965, quando, estando Fernando Pernes na direcção, o ensino era reformulado e instituía-se o Curso de Formação Artística, na época programado por José-Augusto França. Em 1963 Alvess parte para Paris, obtendo uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.

Estas bolsas, atribuídas a partir de 1957, abriram a auspiciada possibilidade de estudo no estrangeiro a muitos artistas portugueses, desencantados com a ditadura mas felizmente ainda encantados com o mundo. Além do clássico exemplo de Helena Vieira da Silva – naturalizada francesa em 1956 –, seguem, posteriormente, para o estrangeiro Alberto Carneiro, Ângelo de Sousa, António Dacosta, António Sena, Bartolomeu Cid, Costa Pinheiro, Eduardo Batarda, Fernando Lemos, Graça Pereira Coutinho, João Cutileiro, João Vieira, Jorge Martins, Jorge Pinheiro, José Barrias, Júlio Pomar, Lourdes Castro, Paula Rego, René Bertholo, entre outros, emigrados em São Paulo, Roma, Londres, Munique ou, na sua maioria, Paris. Alguns nunca mais voltariam a residir em Portugal; outros regressariam por curtos períodos.
A Revolução de Abril (1974) abriu a fundamental liberdade de criação, mas tudo estava ainda por fazer: ensino artístico apropriado, verdadeiros museus de arte moderna/contemporânea – pensemos na manifestação de 10 de Junho de 1974, “Enterro do Museu Nacional de Soares dos Reis” que, felizmente, culminaria na constituição do Centro de Arte Contemporânea (1976-1980), que funcionou nas instalações do referido museu, sob direcção de Fernando Pernes –, dinamização do mercado da arte, políticas culturais coerentes e profícuas. Alvess, após ter-se apresentado na “Bienal de Paris” (1969) ou no “Salon de Mai” (1971) – iniciativas performáticas documentadas na presente exposição –, participaria em eventos artísticos em Portugal, que se inserem numa conduta experimental, de pesquisa, que seria determinante para o incremento das artes plásticas “de vanguarda”, se quisermos.
Estes eventos, como “Perspectiva 74” (Porto, 1974, organizado por Egídio Álvaro na Galeria Alvarez Dois, na época dirigida por Jaime Isidoro), “IV Encontros Internacionais de Arte” (Caldas da Rainha, 1977, dirigidos por Egídio Álvaro), ou “Alternativa Zero: Tendências Polémicas na Arte Portuguesa Contemporânea” (Lisboa, 1977, sob responsabilidade crítica de Ernesto de Sousa) – justamente onde Alvess leva obras de mail art, género igualmente apresentado nesta mostra antológica – constituem-se como momentos-chave para a compreensão da arte portuguesa da década de setenta, que se incrementa, em larga medida, a partir dos desenvolvimentos da pop art e da arte conceptual, numa certa revisitação do dadaísmo e na crença de que “a arte é a vida”.
Compreendemos, pois, a chamada de atenção dos comissários para as referências do movimento Fluxus – nome inventado por George Maciunas em 1961 para apelidar a reunião de dança, artes visuais, teatro, poesia, música, etc. – no trabalho do artista. Para além dos núcleos documentais e de mail art, encontramos em Serralves núcleos de pintura/”objectos-pintura” – representações hiper-realistas de objectos simples –, de objectos/objectos, e de desenhos, marcando as várias fases do trabalho do artista, cujo fio condutor poderá localizar-se numa pesquisa da mediação da realidade, e na arrumação visual, contida e depurada, de uma realidade inquietante e de um tempo que não se agarra.
Pensemos nos algarismos, nas letras, nos riscos aparentemente arbitrários mas que se organizam visualmente no espaço, nas etiquetas, nas fitas métricas, nas repetições sincopadas, ou numa das peças mais interessantes da exposição: a vassoura que “limpa Paris”, uma espécie de instrumento musical com mala cuidadosamente feita à medida. Esta exposição revela Alvess e, consequentemente, revela também a história recente da arte portuguesa.


texto de Isabel Nogueira in Arte Capital




segunda-feira, 16 de março de 2009

Comunicação Social











Recortes da Comunicação Social sobre os Encontros de Os Barões da Sé de Viseu no Jornal Diário de Viseu, Jornal do Centro, Jornal Notícias de Viseu, Jornal Vía Rápida, Jornal da Beira, Jornal Notícias da Região, Jornal Notícias de Vouzela, Revista Gazeta Rural e Portal ViseuMais.

sexta-feira, 13 de março de 2009

14º Encontro de Os Barões da Sé

A organização do 14.º Encontro de Os Barões da Sé de Viseu já está em marcha. Maio é o mês escolhido para a reunião deste ano e o Restaurante o Cortiço na Zona Histórica o local do repasto.
Abram alas aos ... Barões da Sé.
Recordamos uma peça jornalistica publicada no Diário As Beiras sobre o Grupo Os Barões da Sé de Viseu.

Barões regressam à Sé em nome da amizade

Estava a década de 1980 a começar, quando um jornal da cidade chamou, em título, a um grupo de “putos” da zona histórica da Sé de Viseu, por causa das suas “muitas tropelias”, de “Barões da Sé”. No sábado passado, esses adolescentes a quem o “Notícias de Viseu” atribuiu o estatuto de barões, por, entre outras “patifarias”, tomarem banho nus no Parque da Cidade, reúnem-se todos os anos num lauto jantar para recordar a nobreza dos tempos idos passados nas estreitas ruas do centro histórico.
Tudo começou em 1995, quando os “barões” se encontraram no funeral do pai de um deles e alguém, lembra Vítor Santos, um dos fundadores do grupo, se lembrou de organizar encontros anuais para evitar que os reencontros não acontecessem apenas em funerais e casamentos. Daí à definição do nome – “Barões da Sé” – para o grupo, “foi simples”, conta Vítor Santos, “porque ninguém tinha esquecido” aquele momento de “glória” em que um “bando de adolescentes” que dominavam o centro histórico tinha chegado às páginas do jornal e “logo com o estatuto de barões”, mesmo que a razão tenha sido “o escândalo de andar nu” numa cidade conservadora como Viseu.
Assim foi e desde 1995 que não falham os encontros, com os objectivos a serem alargados a ponto de hoje já serem vários os “barões” com “menos sorte na vida” a serem apoiados por aqueles a quem a vida “foi correndo mais de feição à condição de Barão”. No grupo está gente que ainda hoje continua a viver na zona da Sé de Viseu, mas a maior parte está fora da cidade ou mudou-se para outras zonas da urbe, havendo muitos que vêem de Lisboa, Porto, Aveiro, Santo Tirso ou do estrangeiro, apenas em nome daquilo que é o “combustível” que há 12 anos move estas pessoas: “a amizade”.


Blogue na Internet
O barão Vítor Santos, cujo título não foi conquistado com a tal coragem de andar nu pelo centro da cidade, porque já faz parte da segunda geração e, por isso, é “nobre” de “linhagem”, contou à Lusa que o próximo passo é constituir uma associação formal para que o apoio social que prestam possa ter “outro enquadramento” legal.
Os “Barões da Sé” mantêm ainda um blog, em
www.baroesdaseviseu.blogspot.com, onde a actividade é retratada, com fotos, com recortes de imprensa onde estes são os protagonistas, mas também onde o seu “berço”, a zona da Sé, é destacada. “Somos Barões porque partilhámos uma rua, uma calçada, uma escadaria, uma bola, um baralho de cartas, uma ida à piscina nas manhãs domingueiras, uma piada, um cigarro, uma asneira, uma travessura, uma conversa, um namoro, uma briga, um cachaço, uma amizade! A Vida”.

* Ricardo Bordalo - Agência Lusain Jornal Diário As Beiras (14-05-2007)