sábado, 28 de fevereiro de 2009

A propósito... Eng. Daniel Nunes

Requiescat in pace

A ti, que sempre foste meu amigo,
Que na hora adversa me deste abrigo
E a tua fraterna compreensão...
Aquele que no bom e mau momento
Mais que amigo foi meu irmão,
De mãos dadas e com o coração,
Na ventura e no sofrimento...

A ti, quem precocemente Deus
Chamou ao Divino Reino, nos Céus,
Deixando em mim eterna saudade...
Ele, que lá no infinito sacro encerra
os santos como tu, sem maldade,
Te dê a póstuma felicidade
Interrompida cedo cá na Terra...

Epitáfio

Quis Deus no Seu Divino egoísmo,
chamar-te à Sua companhia,
porque tua Alma, inconspurcada, pura,
não era deste inferno terreno natural.
E no Éden, teu espirito diamantino,
repousa para sempre em paz,
rodeado de lírios e de jasmins,
de imaculadas e sacras coisas...
Aí, nesse celestial jardim,
onde só florescem rosas puras,
sem espinho, sem ódio e sem pecado...


Estes dois poemas da autoria do nosso amigo Sr. Caetano Carrinho foram escritos ao bom amigo Eng. Daniel Campos Nunes em 1985 e publicados no livro: Encanto, Desencanto, Gargalhada e Dor.
Aqui fica a nossa pequena homenagem ao Sr. Eng. Daniel Nunes, Benfeitor da Capela da Nossa Sr.ª de Remédios, no Largo Pintor Gata, entre outras acções de amizade e solidariedade que lhe são reconhecidas.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

As cores politicas do Distrito de Viseu

in Diário de Noticias de 25-02-2009

Futebol...


Suplemento infantil Malta do Jornal do Centro de 27.02.2009

Fernando Nunes: Os bastidores de um empresário

Quando foi chamado para negociar as contrapartidas do Estado português na barragem de Cahora Bassa, em Moçambique, Luís Mira Amaral deparou-se com interlocutores "muito desconfiados".
O gelo tinha de ser quebrado e, por isso, pediu ao fundador e presidente da Visabeira para intervir. "Era amigo do ministro de Energia moçambicano, tinha boas ligações por lá", conta. Fernando Campos Nunes organizou um jantar a três em Lisboa e, a partir desse momento, "acabaram-se os obstáculos".
O episódio, que, em 2005, tirou o ex-ministro português de um beco com difícil saída, traduz bem a forma como o empresário de Viseu, que agora ataca em força o sector da cerâmica, conduz os negócios.
Apesar de fugir aos holofotes, recusando-se a falar com jornalistas porque, dizem pessoas próximas, não gosta de estar sob constante avaliação, sabe movimentar-se nos bastidores. Aos 52 anos, lidera aquilo a que se pode chamar um império, à escala nacional.
A empresa que criou com o irmão Daniel, em 1980, deixou rapidamente o estatuto regional, à custa de boas oportunidades de mercado. Das comunicações, passou para o turismo, a indústria, o mobiliário.
E, de Portugal, fez a ponte para Moçambique, Angola e mais dez países, como Espanha, França, Argélia e Marrocos. Agora, volta-se para a cerâmica. Marcas históricas como Vista Alegre, Atlantis e Bordalo Pinheiro, prejudicadas pela concorrência asiática e pela crise, são activos apetecíveis, sobretudo para um grupo tão ávido quanto a Visabeira.
Há, por isso, quem tema a absorção destas empresas pelo grupo, argumentando que são demasiado valiosas para o país para serem vistas como sementes de dinheiro. A verdade é que, no que diz respeito à Vista Alegre Atlantis, é quase certo que o vencedor seja Campos Nunes, engenheiro de formação.
Além de já ter do seu lado a maioria dos accionistas, viu a oferta pública de aquisição receber luz verde da Autoridade da Concorrência. Quanto à Bordalo Pinheiro, corre que será um dos principais candidatos a salvar a empresa. O presidente e maior accionista da Visabeira, casado e com dois filhos, nunca foi homem de grande visibilidade pública. A discrição já vem do tempo em que geria a empresa com Daniel Campos Nunes.
"O irmão tinha mais perfil de líder e o Fernando era o homem que ficava na retaguarda", diz o presidente da Câmara de Viseu. Foi também por isso que, quando, em 1986, Daniel teve um acidente de viação fatal, "se comentava que seria o fim do grupo", conta Fernando Ruas.
"Era jovem e o negócio já tinha alguma dimensão. Era um barco demasiado grande de carregar". Campos Nunes não só o carregou, como conseguiu pô-lo a navegar em velocidade cruzeiro. Quando o irmão faleceu, o negócio inicial da empresa, as comunicações, começava a dar passos mais certeiros, impulsionado pela modernização das redes de electricidade da EDP e pela introdução da TV Cabo, detida pela PT, em território nacional.
No final da década, já a Visabeira se tinha partido em várias partes, explorando a área do turismo e da indústria com "subholdings" próprias, e já África fazia parte do mapa.
CGD e API no capital
Recatada e ágil, à imagem do seu presidente, a Visabeira chegou a 2007 com um volume de negócios de 461 milhões de euros, 4200 trabalhadores e perto de 50 subsidiárias. Pelo caminho houve quem reparasse na sua tímida ascensão. Foi o caso da Agência Portuguesa para o Investimento (API) e da Caixa Geral de Depósitos que, em 2005, se tornaram seus accionistas, detendo hoje, respectivamente, 16 e 9,8 por cento do capital. Foi nesse contexto que Basílio Horta, presidente da Agência Portuguesa para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), conheceu melhor Campos Nunes.

"Fui deputado por Viseu durante oito anos, mas não tinha ligação a ele. Só quando cheguei à agência, que tinha tomado a excelente decisão de investir na Visabeira, é que intensificámos o contacto", explica. Satisfeito com a "visão" e "a segurança nos passos dados pelo gestor", destaca, entre os seus principais traços de personalidade, a "disponibilidade".
"É rara a vez em que não marca presença quando membros de governos estrangeiros vêm a Portugal", conta. E o contrário também se passa, a julgar pela lista de comitivas que já integrou: foi com Jorge Sampaio à Turquia, em 2003, com José Sócrates a Angola, em 2006, e com Cavaco Silva à Índia, no ano seguinte. Foi numa destas viagens que o também assíduo Henrique Neto, presidente da Iberomoldes, o conheceu.
Não são propriamente amigos, mas tiveram oportunidade de "trocar impressões". O empresário da Marinha Grande diz que "não é adepto dos grandes conglomerados, de empresas que vão saltando de negócio em negócio de forma mais oportunista". Afirma que a Visabeira tem apenas o objectivo de "ganhar dinheiro" e é, por isso, um dos opositores à compra da Vista Alegre Atlantis. "Se me perguntarem se é a empresa com o perfil indicado para comprar uma marca com tanta relevância para o país, teria de dizer que não", remata.
Ninguém nega que Campos Nunes é um homem ambicioso, nem mesmo os amigos mais próximos. Jorge Coelho, agora presidente executivo da construtora Mota-Engil, também nascido em Viseu, elogia-lhe a "ambição corajosa", característica que "deveria ser comum a todos os empresários". "Arrisca e investe. Não pára. É um grande exemplo de determinação", acrescenta.
O ex-ministro das Obras Públicas, que conhece o fundador da Visabeira há mais de 20 anos, concorda que a relação próxima com pessoas bem colocadas sempre fez parte do "modus operandi" do amigo, "como é normal na vida de um empresário".
Lembra, por exemplo, a recente inauguração de um "resort" turístico em Moçambique, onde estiveram o Presidente da República e 13 ministros. "Sei como é preciso trabalhar para chegar a esse nível", desabafa Jorge Coelho. Há ainda outros sinais da visibilidade que Campos Nunes foi ganhando, a partir de Viseu, onde nasceu, na pequena freguesia de Santos Evos, de onde os pais são oriundos. Este homem que, em 2008, constava na posição 51 na lista dos mais ricos do país, com uma fortuna avaliada em 229 milhões de euros, é Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Mesmo em Viseu, onde é conhecido por "Eng. Fernando da Visabeira", sempre se mostrou "low-profile", diz Fernando Ruas. Todos sabem que almoça por vezes no hotel Montebelo, unidade do grupo localizada na zona histórica, onde fecha alguns negócios. Mas poucos o conhecem.
Na inauguração do Palácio do Gelo, projecto de recuperação avaliado em 90 milhões de euros que dizem ser a sua "menina dos olhos", Campos Nunes "apareceu, mas não falou". Mira Amaral prefere descrevê-lo como um "empresário 'low-profile'", que mostrou ser mais do que as pessoas julgavam. Quando estava no Governo, lembra-se de ter rejeitado uma candidatura da Visabeira a fundos do PEDIP, programa de desenvolvimento da indústria.
"Tivemos hesitação em financiá-lo". A empresa reclamou e acabou por ser apoiada. Anos depois, o ex-ministro da Indústria reencontrou o grupo em Angola.
"Tive de reconhecer que estavam a fazer um trabalho exemplar. O desenvolvimento e serviço da TV por cabo lá era muito melhor do que em Portugal". Um dos trunfos de Campos Nunes sempre foi rodear-se das pessoas certas. Tem como braço direito Pedro Reis, o director financeiro, e como homem de acção Paulo Varela, o responsável máximo da Visabeira Global, a empresa que querem levar para a bolsa. Este último, que assumiu, ainda que informalmente, a imagem de porta-voz, reconhece-lhe "o elevado grau de exigência", acrescentando que "não basta dar-lhe informações genéricas sobre as operações".
A mulher, Ana Paula, é a directora de recursos humanos, e, no exterior, não lhe faltam apoios. Gere um pequeno império, mas reconhecem-lhe simplicidade. Talvez porque nunca quis sair da retaguarda.

Por Raquel de Almeida Correia in Jornal Público (Suplemento de Economia) de 27-02-2009

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Concentação de Empresários no Mercado 2 de Maio

A manifestação está marcada para a próxima segunda-feira e até lá os comerciantes e viseenses mobilizam-se na luta para levar a Loja do Cidadão para o centro histórico da cidade. Contam com o apoio da câmara e a voz contra do grupo Visabeira.
A actual loja funciona junto ao hospital
Muitas das lojas de Viseu já têm na montra apelos para uma manifestação, promovida pela Associação de Comerciantes e Movimento de Cidadãos pela Revitalização do Centro Histórico, para lutar em torno da instalação da Loja do Cidadão no casco velho da cidade.
"Pode ficar claro onde está o poder ou seja se a política ainda vale alguma coisa ou se um grupo económico decide a vida de nós todos", afirmou Alexandre Pinto, dirigente do movimento. Também Gualter Mirandez, presidente da Associação de Comerciantes, lembrou que "falta apenas a decisão política para ver se na nossa democracia o povo ainda tem força ou se será o poder económico a mandar".
Nas lojas da cidade já surgiram cartazes a apelar à participação na manifestação que "irá juntar comerciantes e cidadãos para elaborar um documento a solicitar a instalação da Loja do Cidadão no centro histórico", afirmou o presidente da Associação de Comerciantes. A Loja do Cidadão está num espaço arrendado, cujo contrato termina em 2010, numa das extremidades da cidade junto ao Hospital.
Ainda não são conhecidas as novas instalações mas os comerciantes agarraram a ideia do secretário de Estado do Comércio que afirmou que a mudança "podia servir como âncora para reanimar as lojas e revitalizar a zona". Desde então a sociedade viseense mobilizou-se e a câmara sugeriu o antigo quartel de bombeiros para a sua instalação.
Todos os partidos políticos estão a favor, a única voz contra conhecida é a do Grupo Visabeira que quer instalar a loja no centro comercial do Palácio do Gelo.
Ontem os comerciantes iniciaram uma campanha de mobilização para uma manifestação marcada para o dia 2 de Março no antigo mercado municipal. Fernando Figueiredo, um comerciante cuja loja no casco velho encerrou, lembrou que "é uma falácia falar-se na falta de estacionamento" porque "quando a Loja do Cidadão abriu defendeu-se a sua instalação perto do centro onde facilita a vida às pessoas".
in Diário de Noticias de 26.02.2009
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in Jornal de Noticias de 26.02.2009
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EM DEFESA DA INSTALAÇÃO DA LOJA DO CIDADÃO NO CENTRO HISTÓRICO
CONCENTRAÇÃO DE EMPRESÁRIOS NO MERCADO 2 DE MAIO
2 DE MARÇO 2009 ÀS 18H30
Numa acção conjunta, a Associação Comercial do Distrito de Viseu e o Movimento de Cidadãos Pelo Centro Histórico de Viseu, apelam a todos os empresários para que, num acto simbólico de apoio à instalação da Loja do Cidadão no Centro da Cidade, encerrem os seus estabelecimentos às 18h30 do próximo dia 2 de Março e se desloquem para o Mercado 2 de Maio, onde, através de uma participação massiva, deverão mostrar aos poderes públicos a sua inequívoca vontade.
Consensualmente, a Loja do Cidadão, sendo um espaço que agrega vários serviços públicos de utilização permanente, é também um dos principais espaços geradores de grandes fluxos de pessoas em qualquer cidade em que se encontre.
Em Viseu, a Loja do Cidadão instalada na cidade, tem suscitado algumas dúvidas quanto à excelência da sua localização e das suas instalações. Surgem, por isso, algumas vozes contra a sua permanência nas actuais instalações, sobretudo no momento em que se equaciona a sua deslocalização.
Independentemente de todas as opções aventadas pelos diversos intervenientes na discussão do realojamento da Loja do Cidadão, compete a todos os interessados na defesa da vitalidade e requalificação do Centro Histórico da Cidade de Viseu, colocar na ordem do dia, a discussão da vinda deste serviço para o coração da nossa Cidade.
Nesse sentido, é do conhecimento público, o trabalho desenvolvido pelo Movimento de Cidadãos Pelo Centro Histórico, que desde o início deste debate contou com o apoio não só dos comerciantes aqui instalados, mas também da estrutura que os representa, ou seja, a Associação Comercial do Distrito de Viseu.
Após várias diligências no sentido da defesa da instalação da Loja do Cidadão no Centro Histórico, parece agora consensual, e transversal a todos os quadrantes da comunidade viseense, pugnar para que este desejo se transforme numa breve realidade.
Sabendo que a efectivação desta legítima pretensão está agora, apenas e só, dependente do poder central, cabe aos comerciantes instalados no Centro da Cidade, fazer ouvir a sua voz, no sentido de legitimar todo o trabalho até agora desenvolvido, já que caberá a eles, por ventura, a palavra mais importante nesta matéria.
A PARTICIPAÇÃO DE TODOS É DECISIVA, E ACIMA DE TUDO REPRESENTATIVA DA NOSSA VONTADE E DA NOSSA FORÇA.
- Associação de Comerciantes de Viseu -
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MOVIMENTO DE CIDADÃOS PELO CENTRO HISTÓRICO
Em defesa da instalação da Loja do Cidadão no Centro HistóricoNo seguimento do Debate Público e Cívico que temos vindo a realizar em torno do processo de Revitalização do Centro Histórico da nossa Cidade:.
Apelamos a todos os moradores, comerciantes e Cidadãos para que, num Acto Simbólico de apoio à instalação da Loja do Cidadão no Centro Histórico, participem de uma forma activa na Concentração que este Movimento irá realizar, em conjunto com a Associação de Comerciantes, no Mercado 2 de Maio ( Antiga Praça Velha ) na próxima segunda-feira dia 2 de Março pelas 18.30h;.
Num momento tão importante como aquele que estamos a viver, a sua participação é decisiva para conseguirmos alcançar o nosso objectivo comum: trazer a Loja do Cidadão para o Centro Histórico e dessa forma dar um contributo decisivo para a sua revitalização.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Aristides de Sousa Mendes

Aristides de Sousa Mendes, GCC, (Cabanas de Viriato, 19 de Julho de 1885 — Lisboa, 3 de Abril de 1954) foi um diplomata português. Recusou-se a seguir as ordens do seu governo (o regime de Salazar) e concedeu vistos a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da França em 1940, ano da invasão da França pela Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial. Aristides salvou dezenas de milhares de pessoas do Holocausto. Foi o "Oskar Schindler português" (comparação pouco reconhecedora do facto de Aristides ter salvo um número muito superior de pessoas das de Schindler).
Foi baptizado Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches numa pequena aldeia do concelho do Carregal do Sal, no sul do distrito de Viseu. Aristides pertenceu a uma família aristocrática com terras, católica, conservadora e monárquica - (ele também católico e monárquico). Seu pai era membro do supremo tribunal.

Aristides instala-se em Lisboa em 1907 após a licenciatura em Direito pela Universidade de Coimbra, tal como o seu irmão gémeo. Ambos enveredaram pela carreira diplomática; Aristides ocupará deste modo diversas delegações consulares portuguesas pelo mundo fora: Zanzibar, Brazil, Estados Unidos da América. Em 1929 é nomeado Cônsul-geral em Antuérpia, cargo que ocupa até 1938.
O seu empenho na promoção da imagem de Portugal não passa despercebido.
É condecorado por duas vezes por Leopoldo III, rei da Bélgica, tendo-o feito oficial da Ordem de Leopoldo e comendador da Ordem da Coroa, a mais alta condecoração belga.
Durante o periodo em que viveu na Bélgica, conviveu com personalidades ilustres, como o escritor Maurice Maeterlinck, Prémio Nobel da Literatura e o ciêntista Albert Einstein, Prémio Nobel da Fisica. Depois de quase dez anos de serviço na Bélgica, Salazar, presidente do Conselho de Ministros e ministro dos negócios estrangeiros, nomeia Sousa Mendes cônsul em Bordéus, França.
Em 1940, com 55 anos, ele aproxima-se do fim da sua carreira e é pai de catorze filhos, muitos deles fruto de relações extra-conjugais. Politicamente nunca se fez notar.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

"Cultura judaica e Turismo em Viseu: um desafio para o Centro Histórico"

Diário de Viseu de 14.02.2009

“Cultura Judaica em Viseu”



A antiga Sinagoga de Viseu recebe, durante o colóquio, uma mostra dedicada à "Cultura Judaica em Viseu". Com a exposição, a comissão organizadora pretende "aguçar a curiosidade para um estudo metódico e aprofundado da temática".

A exposição reúne um conjunto de documentos do Arquivo Distrital de Viseu (ADV). O acervo do ADV inclui muitos documentos que permitem reconstituir a História e a Cultura Judaica em Viseu. Em 1992, o Arquivo elaborou um catálogo resultante de um primeiro levantamento realizado nos anos 70.
O Grupo de Missão, em conjunto com o Arquivo Distrital, analisou o catálogo e elaborou quatro painéis dedicados à "Comuna Judaica", "A Sinagoga", "As Famílias" e "As Profissões".

Samuel Usque, embora seja desconhecido por muitos portugueses, será a figura em destaque na exposição.
O escritor português, de origem judaica, nasceu em 1492 e sofreu as vicissitudes e perseguições de que foram alvo os judeus portugueses no período renascentista. A mostra na antiga Sinagoga irá exibir espécies bibliográficas da obra de Samuel Usque. A Biblioteca de Viseu possui, no seu Fundo Antigo, um exemplar raro da segunda edição da obra "Consolação às Tribulações de Israel", redigida em Ferrara, Itália, quando o escritor se encontrava exilado.

De acordo com Henrique Almeida, o livro vai ser exposto, com especiais cuidados de segurança, apenas durante o período de visita dos participantes do colóquio.
O historiador acredita que "muitas outras referências aos judeus em Viseu estarão ainda por desvendar".

Jornal do Centro, ed. 361, 13 de Fevereiro de 2009

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Loja do Cidadão no Centro Histórico

O autarca viseense, Fernando Ruas, apresentou à comunicação social um edifício que pode vir a acolher a Loja do Cidadão no Centro Histórico da cidade. O prédio é propriedade dos Bombeiros Voluntários de Viseu e situa-se na Rua Dom Duarte com acesso, também, pela Rua do Comércio.
O edifício é dos Bombeiros Voluntários de Viseu mas o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, apresentou-o como uma "boa solução para a instalação da Loja do Cidadão no Centro Histórico".
"Seria dois em um, porque o edifício está livre e pode ser requalificado e o próprio secretário de Estado do Comércio sugeriu a colocação de uma Loja do Cidadão no Centro", lembra.
"Sei que nos estamos a meter onde não somos chamados, porque não é da nossa responsabilidade mas enquanto gestor eleito da cidade podemos sugerir e até nos assumimos como entidade facilitadora", garante o autarca.
O edifício, um antigo quartel dos Bombeiros Voluntários de Viseu, tem entrada pela Rua do Comércio e pela Rua Dom Duarte e, segundo o autarca, "é uma óptima solução, era um bom local". Património dos bombeiros não pode ser esquecido
Segundo o presidente da direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Viseu, Paulo Correia, "as propostas que vierem para aquele espaço, sejam elas quais forem, nunca podem apagar a memória dos bombeiros".
"Independentemente do que vier a instalar-se no edifício, tem de ficar sempre um marco dos bombeiros, mas é claro que estamos disponíveis para alugar, permuta ou mesmo direito de propriedade durante algum tempo, porque precisamos de dinheiro para a construção do novo quartel", explica Paulo Correia.
O responsável lembra que "o Conselho de Opinião quando foi criado foi, também, com o intuito de arranjar solução para o património".
"Pedimos no Conselho e temos passado a palavra a várias entidades, entre as quais a Câmara, numa reunião que tivemos, para que se descobrisse um interessado, público ou privado, para podermos rentabilizar o espaço", adianta.
Paulo Correia alerta, ainda, que "o edifício necessita de uma intervenção rápida, uma vez que o risco de queda é muito grande".
"Este imóvel está em degradação contínua e, em risco de cair com algum temporal mais forte", reconhece o responsável. Ainda assim, o presidente adianta que "já houve alguma intervenção no seu interior para diminuir esse risco mas, quanto mais depressa houver uma intervenção, melhor".
Paulo Correia não opina sobre a possível presença da Loja do Cidadão no imóvel mas deixa claro que "a cidade precisa muito dos bombeiros e os bombeiros da cidade e, nessa situação de dualidade, há que arranjar plataformas de ajuda, porque os bombeiros têm um projecto de um novo quartel a andar e precisam muito de ajuda".
Uma loja do cidadão para o centro histórico
Recorde-se que, no início de Dezembro, o secretário de Estado do Comércio, Fernando Serrasqueiro, esteve em Viseu, a visitar os lojistas de rua. Em conferência de imprensa assumiu que "são necessárias lojas âncoras nas ruas, como acontece no Chiado, em Lisboa, de forma a toda a zona beneficiar com isso".
"Podem ser criadas não só lojas âncora como, também, um serviço que atraia muita gente, como é o caso da Loja do Cidadão", acrescentou.
"Por exemplo, uma Loja do Cidadão no meio do comércio da rua é uma boa aposta para atrair pessoas e outras lojas comerciais e até fazer com que as que já lá estão se modernizem e, só assim, com pessoas, é que é possível lutar contra a crise", defendeu o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro.


texto de Isabel Marques Nogueira

Sem carris

Viseu espera ver passar outra vez os comboios

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

100 mil euros para o centro histórico

A Viseu Novo – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) prepara-se para fazer uma intervenção de 100 mil euros na melhoria da área crítica da cidade.

O anúncio foi feito durante a cerimónia de assinatura do contrato de empreitada da "Melhoria das Acessibilidades na Área Crítica de Recuperação e Reconversão Urbanística de Viseu".

O presidente da SRU, e vice-presidente da Câmara de Viseu, Américo Nunes adiantou que foi feito um levantamento das barreiras arquitectónicas do centro histórico de Viseu, tendo sido identificados vários problemas.


Jornal do Centro, ed. 359, 30 de Janeiro de 2009