quarta-feira, 27 de agosto de 2008

“Falta maturidade cultural à cidade”

O director do Teatro Viriato, Paulo Ribeiro, lamenta que, na cidade de Viseu, projectos culturais mais abrangentes acabem por ficar sempre “numa espécie de boa vontade insípida e inconsequente”.
Ao apresentar a programação do Teatro Viriato para o próximo quadrimestre, Paulo Ribeiro falou da “maturidade” já conseguida dentro deste equipamento cultural que, no entanto, não é atingida fora. Na sua opinião, “as cidades vão medir-se cada vez mais não pelos equipamentos que têm mas pelas capacidades criativas”, considerando, por isso, “urgente” que empresas, regiões de turismo e outros agentes “se concentrem, percebam o que é que têm e aprendam rapidamente a trabalhar em conjunto”.
Acho que a maior parte das vezes pecam porque cada um trabalha para seu lado”, acrescentou. Paulo Ribeiro deu como exemplo a iniciativa realizada pela primeira vez no ano passado, intitulada “Viseu a 15 do 6, e que tinha como grande objectivo envolver toda a cidade.
Não sei se o voltaremos a fazer, porque a única vez que o tentámos foi tão complicado, as parcerias que tivemos foram tão virtuais, tão modestas, tão pouco ambiciosas...” - lamentou.
Há uma série de instituições que deviam olhar para Viseu de uma forma diferente e está na altura de o fazer, porque a cidade tem crescido muito e, se ela não der este passo também em termos de projecção criativa, será sempre uma cidade pequena, mesmo que cresça muito em betão”, frisou.
in RR

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Queiriga, uma aldeia francesa em Agosto



Diário de Notícias de 26-08-2008

Cava de Viriato visitável a partir de Outubro

Viseu, 25 Ago (Lusa) -- A Cava de Viriato, uma fortificação defensiva situada em Viseu, em forma de octógono com dois quilómetros de perímetro, poderá ser visitada a partir de Outubro, após obras de requalificação em curso no âmbito do programa Polis.
Orçadas em mais de dois milhões de euros, as obras, que arrancaram há nove meses, consistem "fundamentalmente nos elementos púbicos, que têm a ver com os arruamentos, talude e praça", frisou hoje o presidente da autarquia, Fernando Ruas, aos jornalistas, durante uma visita ao monumento nacional.

A Cava de Viriato é monumento nacional desde 1910 e está definida no Plano Director Municipal como espaço cultural.
Até hoje mantém-se a dúvida se esta fortificação defensiva - constituída por um talude, com um fosso externo -- tem mesmo origem romana (século I antes de Cristo) ou se será árabe (século XI depois de Cristo).
Fernando Ruas frisou que a Cava de Viriato passa a dispor de uma praça nova (com instalações sanitárias e cafetaria) que "não estava a ser fruída antes da intervenção", os taludes foram requalificados e também os arruamentos, "de modo a possibilitar uma circulação dentro do próprio monumento".
"Vai ter um sentido único para possibilitar uma circulação sem grandes problemas para quem aqui venha. Não me lembro de alguma vez haver qualquer intervenção na Cava do Viriato", sublinhou.
Foram enterradas as infra-estruturas de abastecimento de água, luz e telefone e feitos pavimentos com acabamento em granito.
Na sua opinião, esta requalificação não descaracteriza a Cava do Viriato, pelo contrário, caracteriza-a.
"Descaracterizada estava ela. Tratava-se de um acampamento de defesa, que era um octógono, mas dois dos lados tinham desaparecido. O que estamos neste momento a fazer é voltar a caracterizar a Cava de Viriato, na sua forma original, repondo os taludes", explicou.
Fernando Ruas apenas lamenta não se ter concretizado a construção de um centro interpretativo e de uma torre panorâmica, que estavam inicialmente pensados, o que implicava o envolvimento de vários Ministérios.

No entanto, afirmou que "o Estado, que se comprometeu" com estes equipamentos, terá "sempre tempo" de os concretizar, se assim entender.
Segundo Fernando Ruas, dentro do octógono vivem mais de cem pessoas. Ainda que as casas degradadas não sejam da responsabilidade da autarquia, mostrou-se disponível para ajudar.
"Temos a consciência de que com esta requalificação promovemos condições para possibilitar o regresso e o incremento do número de pessoas. Viver aqui é um sossego, estamos no meio da cidade e não ouvimos barulho nenhum", afirmou.
O autarca está convencido de que "aquilo que foi um constrangimento ao longo dos anos passa agora a ser uma vantagem comparativa para as pessoas que escolherem viver na Cava do Viriato".

A recuperação da Cava de Viriato, um projecto de Gonçalo Byrne, engloba-se num conjunto de obras do Polis que inclui também o parque da feira semanal, o recinto da anual feira de S. Mateus e o Parque Linear.
texto de AMF / Lusa

sábado, 23 de agosto de 2008

Ministro da Cultura “impressionado” com concelho de Viseu

O ministro da Cultura inaugurou a Feira de São Mateus, na passada quinta-feira.
Na sessão solene, que decorreu no salão Nobre da Câmara, José António Pinto Ribeiro mostrou-se “seduzido por aquilo que fizeram” de Viseu. Numa viagem no tempo e nas memórias revelou-se “impressionado” com a cidade que “hoje” encontrou.
Para o ministro, “Viseu é imagem de cidade rasgada, arejada, moderna e competitiva”, e a feira é um exemplo disso mesmo. Lembrando que a cultura é o sector que mais cresceu nos últimos anos e cuja qualificação das pessoas envolvidas é maior do que nos outros sectores, José António Pinto Ribeiro sublinhou que “não chega que tenhamos infra-estruturas, temos de ter conteúdo”. É em iniciativas como a Feira de São Mateus que “conteúdo” é dado à população.

Satisfeito por ver arrancar mais uma edição da “mais expressiva e emblemática feira franca do país”, Jorge Carvalho, gerente da Expovis, sublinhou que este “acontecimento cultural” escreve na sua história a história da própria cidade.
Para o presidente da Câmara, Fernando Ruas o número de pessoas, que ano pós ano, visitam a feira e consequentemente a cidade, são motivo suficiente para continuara a apostar neste evento centenário.
Texto de Salomé Castanheira e foto FSM de Nuno Ferreira in Jornal do Centro de 22-08-2008

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Autarquia viseense quer video-vigilância no Centro Histórico

A autarquia viseense quer assinar um contrato local de segurança com o Ministério da Administração Interna, permitindo assim ao município sugerir formas e locais onde a PSP e a GNR deveriam actuar com mais frequência. O anúncio foi feito ontem, no final da reunião do executivo municipal, pelo presidente da Câmara, Fernando Ruas.



Segundo o edil, o objectivo é aproveitar a existência do Conselho Municipal de Segurança para contribuir no combate à criminalidade, alertando as autoridades para as zonas que, na opinião daquele organismo, necessitam de mais policiamento e avançando com possíveis meios a utilizar.
"Os elementos que compõem o Conselho - entre os quais párocos, presidentes de junta e representantes da população - poderão dar um bom contributo", sublinhou o autarca. Questionado pelos jornalistas, Fernando Ruas mostrou-se relutante em avançar com algumas zonas onde gostava de ver mais intervenção por parte das autoridades, mas acabou por revelar que o Centro Histórico seria um dos espaço, que poderia ser sugerido, acrescentando que a instalação de câmaras de vigilância seria um dos meios a escolher para incrementar o sentimento de segurança junto dos cidadãos.



O presidente do município lembrou que a ideia de colocar um sistema de vídeo-vigilância na parte antiga da urbe é um "sonho" que já tem vários anos e que nunca foi esquecido. No entanto, lembrou que, para já, é preciso esperar que o Ministério aprove a candidatura, recordando que a única cidade com contrato local de segurança é até agora o Porto.


in ViseuMais/Diário de Viseu
in Jornal da Beira (28-08-2008)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Feira de São Mateus 2008

A Feira de S. Mateus em Viseu abre as suas portas de 14 de Agosto até 21 de Setembro.



Programa

Historial

A Feira de São Mateus realiza-se desde 1392. A Feira era encontro de gente que comprava e vendia. Era também o encontro das culturas que se trocavam quase num inconsciente processo, longo, mas eficaz. Hoje a Feira de São Mateus tem esse pano de fundo. Mas é uma Feira nova. Cheia de gente. Mas de povo. è também Feira de encontro das culturas. Há música, folclore, arte, diversão, gastronomia. A Feira é sempre antiga e sempre mais nova. A mais longa e cativante Feira do território português.
Numa área de 18.000 m2 estarão presentes cerca de 400 expositores e feirantes, vindos de todo o país e alguns no estrangeiro representando todos os sectores de actividade com relevo para o artesanato, à espera de fazerem bons negócios com cerca de um milhão de visitantes. Esses negócios representam algumas centenas de milhares de contos ficando em Viseu e no seu Concelho uma parte significativa dessas transacções.
De 14 de Agosto a 21 de Setembro a Feira de São Mateus é uma cidade gémea de Viseu, a cidade da Feira. Tem vida própria. Abrem-se ruas de efémeras arquitecturas onde se arruma e expõem mil mercadorias. Abrem-se pavilhões com as obras novas do engenho dos homens, tecnologias de ponta e oferecem-se instrumentos de uso vário para as grandes necessidades. A Feira é um mar de gente que compra, vende, olha e se distrai. Não há hotéis, pensões, restaurantes que consigam dar resposta a tanta e tão variada gente.

Em 10 de Janeiro de 1392, de acordo com um documento de El Rei D. João I, foi criada a Feira Franca de Viseu. Trata-se de uma data consensualmente aceite pelos responsáveis como o comprova a comemoração dos 600 anos (1392 - 1992). A Feira Franca, nascida na Viseu Medieval, foi crescendo com surpreendente adaptação à evolução processada nas várias épocas, sendo, nos nossos dias, um testemunho clarividente da Viseu do séc. XX. No entanto, a Feira Franca de Viseu não teve somente tempos áureos, mas também de declínio, tendo chegado mesmo à quase extinção. Os séculos XV, XVI e XVII, foram séculos de grande fama para a Feira Franca de Viseu. No século XIX, com o desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte, com a facilidade de envio de mostruários a toda a parte, bem como com a vulgarização do telégrafo, foi inevitável a decadência das feiras em geral, não tendo constituído excepção a Feira Franca de São Mateus, que viveu também algumas décadas de declínio. Posteriormente, a sua ascensão deveu-se principalmente à situação geográfica de Viseu, que impulsionava a vinda de muitos feirantes.

Da decadência ao reaparecimento No início do século XX a Feira Franca de S. Mateus, vai decrescendo de importância de ano para ano. A vinda da energia eléctrica para Viseu aconteceu somente em 28 de Junho de 1907, altura em que a Feira se resumia a uma simples rua de barracas, que não atingiam, talvez, duzentos metros. O declínio foi tão acentuado que por volta de 1916, a Feira Franca de Viseu praticamente se extinguiu. Em finais da década de vinte a Feira Franca de São Mateus volta a aparecer, agora, completamente rejuvenescida, passando a integrar nos seus programas festivos algumas das manifestações que enriqueceram as festas de Santo António, festas também denominadas "Festas da Cidade", foram bastante famosas trazendo a Viseu muitos milhares de forasteiros. A transferência de algumas das referidas manifestações para os programas da feira, conferiram-lhe um cunho próprio, inconfundível, dando-lhe fascínio e poder de atracção. Em 1936, dá-se o primeiro impulso rejuvenescedor, modificando-se a disposição dos abarracamentos e pavilhões e também a ornamentação e iluminação, que nunca mais deixaram de se valorizar. A par destas modificações introduziram-se no âmbito da feira de São Mateus outras manifestações que marcaram também a valorização desta Feira, são disto exemplo, as manifestações artístico - culturais, desportivas e recreativas, bem como as actividades dedicadas ás crianças. A feira de São Mateus é e continuará a ser a grande feira de Viseu e do País e é com este intuito que a Expovis se compromete a continuar.
Com os melhores cumprimentos.

O PRESIDENTE DA COMISSÃO DA FEIRA
JORGE FERNANDO NOGUEIRA E CARVALHO

sábado, 9 de agosto de 2008

Pequim é destino de ambição e sonho para atletas de Viseu

É já este sábado, por volta das duas da manhã, hora portuguesa, que Joaquim Videira vai dar forma ao seu sonho olímpico. Uma maratona de combates na qual o atirador viseense vai lutar por uma medalha. E tudo se vai decidir em pouco mais de 12 horas.


Se para o único atleta do distrito que participa nos Jogos Olímpicos, estar em Pequim é já um sonho tornado realidade, a esperança é certamente conseguir um lugar de relevo, entre o três primeiros lugares. E se possível repetir o feito de Turim, em 2006, onde se sagrou vice-campeão do Mundo.
A tarefa não é fácil, já que em Pequim está a elite da esgrima mundial. E embora Joaquim Videira não tenha estado no seu melhor nas duas últimas provas, na Argentina e no Campeonato da Europa, os níveis de confiança mantém-se elevados e os jogos olímpicos são, com certeza, uma motivação extra para o atleta.

Se esta é a primeira vez que o número um do ranking nacional em esgrima combate numa pista olímpica, já Carlos Ferreira e Fernado Ferreira são repetentes nas paralimpíadas. Mas conhecer o "terreno" não é sinónimo de menos ambição, aspirações ou até receios.
É só a 6 de Setembro que começam os Jogos Paralímpicos e por isso, ainda é em terras lusas que os dois atletas vão treinando. Carlos Ferreira está num mini-estágio, nas Caldas da Rainha e Fernando Ferreira vai continuar a preparação em boccia, na Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Viseu, até finais de Agosto, altura em que parte para Pequim. As provas desta modalidade são de 7 a 12 e é no último dia que Viseu aguarda ver subir ao pódio o atleta Fernando Ferreira.
Quanto ao atletismo, as provas vão de 8 a 17 de Setembro, mas a maratona, onde vai correr Carlos Ferreira, é precisamente no último dia dos jogos. Um momento muito esperado, já que este vão ser os últimos Jogos Paralímpicos do atleta de Mangualde.

Texto de Salomé Correia in Jornal do Centro, ed. 334, 08 de Agosto de 2008

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Viseense Gonçalo Amaral lança “Maddie, a Verdade da Mentira”

Gonçalo de Sousa Amaral nasceu a 2 de Outubro de 1959 em Viseu, na aldeia de Torredeita. Considera-se um beirão por nascença, lisboeta por migração e algarvio por adopção. É casado em segundas núpcias e tem 3 filhas.

O antigo inspector da Polícia Judiciária Gonçalo Amaral publicou esta quinta-feira o livro “Maddie, a Verdade da Mentira”, em que revela detalhes da investigação sobre o desaparecimento da criança britânica. Gonçalo Amaral acredita que Madeleine McCann morreu a 3 de Maio de 2007 na Praia da Luz. E afirma que o seu livro "não é nenhum ataque pessoal a ninguém".
Gonçalo Amaral afirmou, na apresentação pública do livro, que o caso poderia não ter sido arquivado se os indícios recolhidos durante a investigação tivessem tido "outra valoração", o que poderia acontecer "com outro Ministério Público".
O despacho de arquivamento da Procuradoria-Geral da República, de segunda-feira, "fala apenas em provas", aponta. Gonçalo Amaral sustenta que "a prova é um conjunto de indícios" e que neste caso não foram devidamente tidos em conta. O ex-inspector declarou ainda que teve a sensação, em determinado momento, que o caso era para arquivar.
O livro "A Verdade da Mentira" já esgotou em algumas livrarias. O antigo coordenador da equipa da Polícia Judiciária refere que teve como único objectivo descobrir a verdade dos factos e que o livro reflecte o trabalho desenvolvido pela sua equipa.
Na obra, Gonçalo Amaral desvenda diálogos e escreve sobre diligências policiais que poderiam ter mudado o rumo da investigação e que nunca foram feitas.
O antigo inspector da Polícia Judiciária fala de ingerências políticas do Governo inglês e de alegadas incongruências nos depoimentos do casal McCann e dos amigos que os acompanhavam nas férias no Algarve.
Com base nos resultados alcançados pela equipa de investigação até Outubro de 2007, Gonçalo Amaral sustenta que Madeleine McCann "morreu no apartamento 5A do Ocean Club, na Vila da Luz". E reitera que Gerry e Kate McCann, os pais da criança, “são suspeitos de envolvimento na ocultação do cadáver da sua filha”.
“O conjunto de depoimentos e testemunhos evidenciam um elevado número de imprecisões, incongruências e contradições (…), em particular, o depoimento-chave para a tese do rapto, o de Jane Tanner (…) tornando-se ambíguo e desqualificando-se”, escreve Gonçalo Amaral.

"Simulação de rapto"

O ex-inspector, afastado do processo no decurso da investigação, considera que “ocorreu uma simulação de rapto” e aponta a existência de “indícios de negligência na guarda e segurança dos filhos” por parte do casal McCann.
Segundo Gonçalo Amaral, a equipa de investigadores da Polícia Judiciária chegou a acreditar que a mãe da criança estaria prestes a revelar, de uma forma indirecta, a localização do corpo de Madeleine. Em Junho de 2007, escreve o antigo investigador, Kate McCann “começa a dar conta de algumas informações relativas à localização do cadáver da sua filha”.
“Segundo a própria viria a afirmar, tais dados tinham-lhe sido fornecidos por pessoas com poderes psíquicos ou paranormais. Poderia o cadáver encontrar-se num colector de esgotos que desemboca na Praia da Luz, ou nos penhascos e nascente daquela praia, local em que, por vezes, praticava corrida”, afirma Amaral.
Gonçalo Amaral questiona o facto de os registos médicos da criança nunca terem chegado de Inglaterra e assinala que foram apagados os registos de chamadas telefónicas efectuadas entre o casal McCann na noite de 3 de Maio.
O antigo inspector começou a escrever o livro em Fevereiro de 2008, quando o então director nacional da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, afirmou, numa entrevista, que teria havido precipitação ao constituir como arguidos Kate e Gerry McCann.
Sobre a forma como a Polícia Judiciária começou por encarar o caso, o antigo inspector escreve: “O erro foi termos tratado o casal ‘com pinças’”.

Gonçalo Amaral desvaloriza eventual processo

Os advogados dos pais de Madeleine McCann admitem processar Gonçalo Amaral por causa do conteúdo de "A Verdade da Mentira". Uma possibilidade que o ex-inspector garante não temer.
Para o autor do livro, essa seria "uma forma, talvez, de lermos todo o processo, da primeira à última página".
"Não tenho receio", afirmou Gonçalo Amaral à RTP. "Porque vivo num país onde o 25 de Abril serviu para todos nós readquirirmos os nossos direitos e a nossa liberdade de expressão", prosseguiu.
"A Inglaterra também é uma das mais velhas democracias da Europa. Portanto, esta questão da liberdade de expressão é essencial e faz parte da democracia", defendeu.
Gonçalo Amaral reiterou que deixou a Polícia Judiciária para "poder readquirir a plenitude da liberdade de expressão".
"O livro não é nenhum ataque pessoal a ninguém. É um relato de factos, de testemunhos. Não é a minha convicção pessoal, é todo um trabalho de uma equipa de polícias portugueses, de polícias ingleses e devidamente fiscalizado pelo Ministério Público", sustentou o antigo investigador.
No processo do desaparecimento de Madeleine McCann, afirma Gonçalo Amaral, "chegou-se às conclusões que estão no livro".
Carlos Santos Neves,
RTP
2008-07-24

Parque do Pavia muda as margens

A Câmara de Viseu abriu à fruição do público, na noite de segunda-feira, o Parque Linear do Pavia. Dois quilómetros de zonas verdes que acompanham o troço urbano do rio, despoluído, entre a casa da Ribeira e os moinhos da Balsa.
A que é considerada a obra mais emblemática do programa Polis, na cidade de Viseu, implicou um investimento de 3,6 milhões de euros. Dinheiro aplicado na requalificação de uma área urbana de sete hectares, distribuída pelas duas margens do Pavia, que incluiu a limpeza do leito do rio, a regularização e jardinagem das margens e a instalação de mobiliário urbano de qualidade.

Participaram na abertura do equipamento os presidentes da ParqueExpo e da Câmara Municipal de Viseu (CMV). Para o autarca viseense, Fernando Ruas, a intervenção de fundo levada a cabo no Pavia (e que só ficará concluída quando novos açudes garantirem um fluxo regular de água durante os 365 dias do ano), nem chega a ser uma restituição do recurso hídrico à cidade.
"Estamos a devolver o rio aos viseenses com juros pelo tempo de espera. Na verdade, o Pavia, mesmo nos tempos em que não estava poluído, nunca foi o espaço aprazível que hoje disponibilizamos. Uma zona verde, iluminada, onde poderão fazer-se caminhadas com a garantia, inclusive, de segurança nocturna", explica o autarca, que realça ainda a recuperação dos antigos moinhos da Balsa em Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental.

Ainda anteontem, abriu também o Parque da Radial de Santiago. Uma área de 7,5 hectares, localizada entre a rotunda de Santiago e a Casa da Ribeira, onde foram investidos 1,9 milhões de euros. Ali irá funcionar, dentro de alguns meses, a feira semanal de Viseu.
"A mudança dos feirantes para o novo espaço vai demorar um ano ou um ano e meio, porque os técnicos defendem que o terreno necessita de consolidação", explica Fernando Ruas. O autarca discorda que se associe aquele espaço apenas à feira semanal. "Na verdade, a feira vai ocupar aquela área menos de um dia por semana. Os restantes 6,5 dias são de passeio público", explica.

O Parque da Radial de Santiago vai ter um café, já adjudicado, e dispõe de três casas de banho, uma delas adaptada para cidadãos portadores de deficiência.
Aos dois projectos de 5,5 milhões de euros, partilhado pelo Polis e pela CMV, irão juntar-se outros investimentos tendentes a garantir um lençol de água permanente no Pavia. "A barragem de Catavejo, a construir a norte, na ribeira de Frágua, vai ser a cereja no bolo", rejubila o autarca Fernando Ruas.

texto e foto de Teresa Cardoso in Jornal de Noticias de 06-08-2008