sexta-feira, 29 de abril de 2011

ROTA DO RANCHO 2011

A Câmara Municipal de Viseu e a Associação Comercial do Distrito de Viseu

promovem nos dias 29, 30 de Abril e 1 de Maio a 3ª edição da ROTA DO RANCHO, que conta com a participação de 28 unidades de restauração de Viseu.
 

Dia Internacional da Dança

Dia Internacional da Dança.


A Câmara Municipal de Viseu em parceria com o Lugar Presente, com a colaboração da Academia de Dança de Viseu, Alidanças, Escola de Artes de Viseu, Escola Profissional de Carvalhais, Instituto de Artes Musicais de Mangualde e For Life promovem nos dias 29 e 30 de Abril actividades comemorativas do Dia Internacional da Dança.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Feliz Páscoa 2011

Coelhinho da Páscoa

A tradição do Coelhinho da Páscoa foi trazida para a América pelos imigrantes alemães, entre o final do século XVII e o início do século XVIII.
No Antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. Alguns povos da Antigüidade consideravam o coelho como o símbolo da Lua, portanto, é possível que ele tenha se tornado símbolo pascoal devido ao fato de a Lua determinar a data da Páscoa. O certo é que os coelhos são notáveis por sua capacidade de reprodução, e geram grandes ninhadas, e a Páscoa marca a ressurreição, vida nova, tanto entre os judeus quanto entre os cristãos.
Existe também a lenda de que uma mulher pobre coloriu alguns ovos de galinha e os escondeu, para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram os ovos, um coelho passou correndo. Espalhou-se, então, a história de que o coelho é que havia trazido os ovos.





Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O parque da cidade e a memória que lá falta

Vai já para além do meio século que a velha Cerca dos Frades franciscanos que habitaram o Convento de Santo António de Massorim saiu da devassa em que entrara com a ocupação pelas Casernas de soldados e começou a ser restituída, não à figura do “horto deleitoso” para o meditativo vagabundear dos bons dos fradinhos, mas como espaço de fresquidão, de gozo e lazer dos veros habitantes da cidade que haveriam de ler nesse impressivo fuste do arvoredo, nesse poético jogo da sombra e da luz que a folhagem coava, o devotado amor que o Poverello dispensara à natureza, sua irmã, exemplo e apelo tomado agora como lição.
Aquilino Ribeiro foi escolhido como patrono deste Parque intimista e belo e isso, se não houvera outras razões, se adequava a esse sentimento de afeição que dedicava à natureza e vê-se quão perto ele estava, à sua maneira, de S. Francisco, basta ler as páginas mansas da abertura da Via Sinuosa e ouvir o cantar da fonte de cujas águas, diz a lenda, aquele santo bebeu. Só que Aquilino é também Mestre na arte de escrever, só que Aquilino escreveu densas páginas sobre Viseu, cidade da sua afeição, cidade de muitos amigos, cidade de múltiplas memórias. Só que Aquilino deveria ter tido honras de Prémio Nobel (Saramago dixit). Só que Aquilino mereceu o Panteão Nacional.
Mas ainda restam homenagens. A dos seus livros em nossa mão, a das suas mensagens de bem para cumprir, a de uma eterna memória para preservar.
Ali, no Parque, há uma memória que lá falta. A sua estátua. A perenidade do bronze. Como o dos sinos que soa até ao longe. Mágica representação de figura que cative, que nos envolva. Aquele desenho do homem igual a nós que se senta a uma mesa, íntimo e solene, exemplo do trabalho árduo, solitário e aberto … e a gente que se aproxima, e que por ali fica escutando o Malhadinhas que conta, Manuel Louvadeus teimando em defender a sua serra, o Brasileiro Dêdê entrando na Pensão Galharda e a raposinha do romance inventando facécias para a miudagem que ri. E Aquilino, íntimo e solene, esperando os amigos que voltarão ao fim da tarde, a pena molhada na tinta fecunda.

Alberto Correia in Jornal do Centro de 15 de Abril de 2011

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Muralhas de Viseu

Em posição dominante sobre uma colina na confluência do rio Pavia com o rio Dão (subafluentes do rio Mondego), a fortificação da cidade é muito antiga, não tendo se constituído num castelo própriamente dito.

Antecedentes: a muralha Romana

A primitiva ocupação humana do sítio de Viseu remonta a um castro pré-histórico, admitindo-se que nesta região tenha nascido o líder Lusitano Viriato (180 a.C. - 139 a.C.). No ano 137 a.C. foi conquistada pelo cônsul Decius Junius Brutus, vindo o povoado a ganhar expressão quando, à época da Romanização da península, aqui se estabeleceu um entroncamento de estradas romanas, conforme o testemunham os diversos marcos miliários encontrados na região.

De acordo com VAZ (1997), o perímetro da povoação ´´(...) tinha como limite o seguinte percurso actual: Rua da Regueira (lado norte), hoje Rua de João Mendes, Largo Mouzinho de Albuquerque, Rua do Carvalho, por uma linha direita ao Largo da Misericórdia, Rua do Chão do Mestre, Rua de D. Duarte, Largo de Santa Cristina até à Rua da Regueira (lado sul).´´[1].

Nos finais do século III, diante da ameaça de povos invasores, é possível que tenha se reduzido o perímetro da muralha para facilitar a defesa da povoação. Acredita-se sejam, talvez, um troço dessa muralha e um torreão semi-circular que foram descobertos em Março de 2004 na Rua Formosa, quando das obras de requalificação daquela via pedonal. Esses vestígios foram musealizados e estão agora visíveis através de uma placa de vidro assente ao nível do solo. Foram descobertas ainda, associadas à muralha, três sepulturas de crianças, uma moeda e pedaços de cerâmica.
Posteriormente, com o domínio dos Visigodos a partir do século VI, Viseu foi elevada a cidade, tornando-se sede de Diocese, aqui tendo sido cunhado moeda visigótica, no século VII.
Com o domínio Muçulmano do Al-Andalus, a partir do início do século seguinte, a cidade foi conhecida como Castro Vesense (vesi = visigodo), mantendo-se fortificada.

O ´´castelo´´ medieval

À época da Reconquista cristã da península, a cidade foi conquistada ainda em meados do século VIII pelas forças de Afonso I das Astúrias, que a deixou abandonada, visando evitar que a mesma pudesse vir a servir de apoio a novas investidas muçulmanas.
Reocupada, nos séculos seguintes a sua posse oscilaria entre muçulmanos e cristãos, aos sabor dos avanços e recuos da linha da fronteira, até ser definitivamente reconquistada pelas forças de Fernando Magno, rei de Leão e Castela (1057).
Com a formação do Condado Portucalense, Viseu foi, em diversas ocasiões, residência dos condes. Após a morte do marido, D. Teresa concede o primeiro foral a Viseu (1123). Um novo foral, aludindo a idêntico diploma passado anteriormente por D. Afonso Henriques (1112-1185), será passado em 1187 por D. Sancho I (1185-1211) e confirmado por D. Afonso II (1211-1223), em 1217. Neste foral de D. Sancho II faz-se ainda referência à ´´cidade velha´´, por oposição a um novo núcleo expandido demográfica e econômicamente.
Sob o reinado de D. Fernando (1367-1383), a Carta Régia de 5 de Janeiro de 1370, inteira-nos que o castelo de Viseu foi entregue aos moradores, compreendo-se pela expressão ´´castelo´´ o conjunto muralhado que envolvia a primitiva Sé e a parte antiga da cidade. Esse entendimento é corroborado quando, poucos anos mais tarde, durante a crise de 1383-1385, a cidade foi saqueada e incendiada pelas tropas de Castela (1385), relatando o cronista:
Então se fizeram prestes aqueles quatrocentos de cavalo e duzentos ginetes de que era capitão aquele Pêro Soares de Quinhones, e com ele soma de homens de pé e alguns besteiros; e entraram em Portugal e encaminharam por essas aldeias roubando e cativando. E chegaram à cidade de Viseu, que eram vinte e duas léguas de Cidade Rodrigo, donde todos haviam partido. Os moradores do lugar, quando os viram vir, porque a cidade não tem outra cerca nem fortaleza, salvo a Sé, colheram-se a ela; e as igrejas muitos deles. (Fernão Lopes. Crónica de D. João I).
A cidade, vítima em quatro ocasiões das guerras fernandinas no último terço do século XIV, foi novamente atacada e incendiada por tropas castelhanas em 1396. À época de D. João I (1385-1433) encontravam-se em progresso trabalhos de ampliação da cerca defensiva, concluídos apenas em 1472 sob o reinado de D. Afonso V (1438-1481), conforme inscrição epigráfica na Porta do Soar, já com a malha urbana expandindo-se extra-muros.
Na seqüência da conquista de Ceuta, os domínios de Viseu foram doados em 1415 ao Infante D. Henrique, na ocasião elevados à condição de ducado. Posteriormente, sob o reinado de D. Manuel I (1495-1521), a cidade recebeu o Foral Novo (1513), época em que se inicia a expansão da malha urbana para o chamado Rossio.

Do século XVI aos nossos dias

Embora não hajam elementos que permitam compreender adequadamente as etapas de destruição das muralhas de Viseu iniciada a partir do século XVI com os trabalhos de ampliação do antigo Paço Episcopal, existiram trabalhos de construção posteriores, como o atestam a inscrição epigráfica na Porta dos Cavaleiros, datada de 1646.
Em meados do século XIX, a Câmara Municipal ordenou a demolição das antigas portas (1844) visando a modernização da cidade. Neste período, é erguido o edifício da Câmara Municipal, no Rossio, confirmando a transferência do centro da cidade, anteriormente na parte alta.
As muralhas e portas antigas da cidade de Viseu encontram-se classificadas como Monumento Nacional por Decreto publicado em 31 de Dezembro de 1915.
Embora não se conheça adequadamente a evolução do sistema defensivo de Viseu pela própria dinâmica da evolução da malha urbana da cidade ao longo dos séculos, sob a Dinastia de Avis foi edificada uma cerca de planta poligonal irregular.
A inscrição epigráfica na Porta do Soar (ou Porta de São Francisco), datada de 1472, permite-nos compreender que D. Afonso V foi o responsável pela reformulação da estrutura defensiva da cidade, integrando a cerca erguida sob o seu reinado as duas cercas mais antigas.
Dessa cerca afonsina, onde se rasgavam originalmente sete portas, são testemunhos a Porta dos Cavaleiros e a Porta do Soar, além de escassos troços de muralha que chegaram até nós. Nenhuma das torres originais sobreviveu.

Características

A Porta do Soar em arco ogival, com um pequeno troço de muralha adossado, assinala o eixo principal de circulação da antiga cidade. No interior da porta, inscreve-se um pequeno nicho que ainda conserva a imagem de São Francisco, santo tutelar da porta, conforme prática usual nas principais entradas das fortalezas tardo-medievais.
 
A lenda de D. Ramiro

O brasão de armas da cidade de Viseu evoca uma antiga lenda segundo a qual aqui teria vivido D. Ramiro II, um rei cristão que, em viagem por outras terras, conheceu a moura Sara, irmã de Alboazar, emir do Castelo de Gaia. Completamente apaixonado pela beleza da moura, raptou-a para si. Ao ser informado do rapto de sua irmã, Alboazar por sua vez raptou a esposa de D. Ramiro, D. Urraca.
Ferido em seus brios, D. Ramiro recrutou em Viseu alguns bons guerreiros para o secundar na empreitada de penetrar dissimuladamente no castelo de Alboazar, enquanto estes o aguardavam nas vizinhanças. Desse modo, aguardou um momento em que Alboazar se ausentou à caça, logrando penetrar no castelo, onde encontrou D. Urraca. Esta, ciente da traição do marido, não só se recusou a acompanhá-lo como, decidida a vingar-se do marido infiel, tendo Alboazar regressado da caça, denunciou-o ao seu raptor. Assim capturado, D. Ramiro, foi sentenciado à morte. No dia e hora aprazados para a execução, o condenado pediu, como último desejo, para tocar a sua buzina. Era este o sinal combinado com os seus homens para atacarem o castelo. Ao completar o sexto toque, os homens de Viseu cercaram o castelo, incendiando-o e matando Alboazar.

Localização

As Muralhas de Viseu localizam-se na cidade de mesmo nome, Freguesia de Santa Maria de Viseu, Concelho e Distrito de Viseu, em Portugal.

Interesse turístico

As muralhas e portas antigas da cidade de Viseu encontram-se classificadas como Monumento Nacional.


Texto de Cristina Novais in Rotas Turísticas
Data: 2010-03-17