segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Drogaria Moderna oferece produtos de “outros tempos”

Há lugares assim, que permanecem com a mesma filosofia de trabalho, os mesmos princípios, o mesmo tratamento aos seus clientes e até os mesmos produtos

Não porque precisasse de ir às compras, ou de algum produto em especial, no entanto subi a rua do Comércio e parei defronte a uma loja. Não é uma loja comum e, provavelmente podia até passar despercebida entre as outras lojas de comércio que decoram aquela rua, mas isso não acontece se olharmos com mais atenção… Uma voz amável diz-me "Bom dia, simpatia. Em que posso ajudá-la?". É impossível ficarmos indiferentes a estes cumprimentos tão amáveis que se confundem com amizades de longos anos.

Uma loja como havia antigamente
Por trás do balcão está o senhor Carlos Almeida. "Podia ter um 'Dr.' antes do nome, mas portei-me mal na escola comercial (risos) e de castigo vim trabalhar para aqui". A loja, agora dele, foi um negócio começado por familiares.
Hoje em dia, nem precisamos sair de casa para ir às compras. Instalados confortavelmente na nossa casinha podemos encomendar pela internet ou pelo telefone o que faz falta na despensa. Essas são as comodidades do mundo moderno. Mas o que a Drogaria Moderna nos oferece, em poucos lugares se encontra.
Ao entrarmos no estabelecimento comercial, absorvemos "aquele" ambiente caseiro e o cheiro a limpo leva-nos para tempos antigos.
A montra está decorada com vários produtos, dispostos de forma ordenada. Ao lado do reparador 'Olex', aquele produto que tantas histórias engraçadas nos proporcionaram, estão os sabonetes 'Patti' e outros artigos que nos fazem recuar no tempo.
Não, não se enganou a ler, nem recuamos no tempo. Sim, são produtos que faziam parte do dia-a-dia das nossas avós e mães, mas isso não quer dizer que tenham passado de moda.
O senhor Carlos conta que apesar de os produtos terem evoluído e apareceram outros, "porque a televisão vende muito", as características mantêm-se. "Se eu mais pedisse aos fornecedores, mais eles me mandavam.
"Não são os jovens que procuram a minha loja"
Se não existissem pessoas interessadas nestes produtos, eu não os tinha à venda (risos). Claro está que não são os jovens que procuram a minha loja.
Tenho os meus clientes habituais que sabem que se tiverem um problema em casa, no soalho, uma nódoa para tirar ou uma canalização que rebentou e deixou manchas, perguntam--me, vêm ter com o Carlos da Drogaria (risos). E fazem isso porque confiam em mim, nos meus conselhos".
A loja foi renovada duas vezes, sendo a última, há três anos, mas o ambiente familiar mantém-se.
Patrícia Azevedo in Diário de Viseu (01-09-2008)

1 comentário:

Maria Cristina Amorim disse...

E não é a unica.
Pessoalmente prefiro o comercio tradicional, cheio de simpatia dos donos da casa aos centros comerciais onde tudo é muito impessoal.
Infelizmente em poucos anos este comércio vai acabar.
Gosto de passar por aqui.
Beijos.