sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Centro histórico sofre regeneração

Uma das preocupações das cidades é a reabilitação urbana na zona histórica com o principal objectivo de voltar a atrair pessoas, comércio e serviços para dar vida aos centros que, nos últimos anos têm vindo a desertificar-se.
O Diário de Viseu foi visitar alguns edifícios
A Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) que é constituída, em 55 por cento, pela Câmara Municipal de Viseu e, em 45 por cento, pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, (antigo Instituto Nacional da Habitação), está a fazer intervenções na zona histórica, em alguns edifícios.
O objectivo passa pela recuperação dos imóveis, modernizá-los e voltar a atrair pessoas ao centro histórico. Algumas das casas intervencionadas já têm o destino marcado e outras ainda estão abertas a possíveis propostas.
Um dos edifícios quase prontos, situa-se na Rua Escura. O edifício foi totalmente reconstruído, sendo que as pedras foram todas numeradas, recuperadas e a fachada ficou como a original. Por dentro, as alterações fazem-se sentir. O que era um edifício antigo de compartimentos pequenos e algumas divisões menos práticas, passou a ter um espaço, no rés-do-chão, para fins comerciais e os dois andares superiores constituem um apartamento. Uma sala e cozinha, no primeiro andar e, no segundo, dois quartos com respectivos quartos de banho.
Um investimento de 200 mil euros num edifício que a autarquia viseense adquiriu e que a SRU projectou, acompanhou e fiscalizou a obra, tal como faz nas restantes que estão a decorrer e outras que a câmara está a negociar para adquirir.

Outros edifícios a recuperar
A Casa Amarela, junto ao Teatro Viriato, é um dos edifício que está a ser recuperado sob a responsabilidade da SRU. Há poucos dias foi assinado um protocolo entre as várias entidades envolvidas na recuperação do edifício, que também acolherá a Companhia Paulo Ribeiro. Um investimento de cerca de 510 mil euros.
A acolher uma associação com serviços para a comunidade, está um edifício na Rua Nossa Senhora da Piedade que poderá estar pronto dentro de, sensivelmente, dois meses e com um orçamento de cerca de 350 mil euros.
O espaço intergeracional além do aberto à comunidade será, também, sede de um serviço que beneficiará alguns viseenses, nomeadamente os mais velhos ou com mais dificuldades e pode passar por pequenas recuperações ou até a mudança de uma lâmpada.

SRU já assinou escritura da Sinagoga
No cruzamento da Rua Direita com a Rua da Árvore, o edifício que albergava a Papelaria Dias, e que terá acolhido, nos séculos XV e XVI a sinagoga da comunidade judaica de Viseu, já é pertença da SRU, uma vez que a escritura foi assinada esta semanaPara aquele espaço, a Câmara viseense destinou um museu com elementos relativos à comunidade e actividade judaica viseense. Para 14 de Fevereiro já está previsto um colóquio sobre judeus, de forma a dar início a um debate sobre este assunto.
Um museu que estará ligado à rede museológica, tal como é objectivo, idêntica instituição da Casa do Miradouro, onde está guardada a colecção do arqueólogo José Coelho e onde funciona a própria SRU. Este edifício também será alvo de intervenção física, com um investimento de cerca de 400 mil euros.
Estes museus, ao integrarem a rede, juntar-se-ão ao Museu Grão Vasco, ao Museu de Arte Sacra, ao núcleo museológico da Misericórdia e à Casa-Museu Almeida Moreira. Num futuro próximo, também dela fará parte o Museu Militar, no edifício da Cruz Vermelha, junto ao Centro de Recrutamento, na Rua Direita.

Edifício para formação
Quase em frente a este edifício da Cruz Vermelha, nas Escadinhas da Sé, situa-se um outro, na esquina com a Rua Direita, que pertencia ao Lar de Santa Teresinha e que a autarquia viseense também já adquiriu. Um edifício que tem de ser trabalhado dada a sua fisionomia. O espaço comercial é relativamente pequeno e a sua estrutura afunilada constituirá um desafio para a SRU, de forma a recuperarem a casa e atraírem novos moradores e comerciantes ou, até mesmo, um serviço que, também, não está fora de questão.
Um edifício, com o serviço de formação, fica na Rua da Prebenda. Actualmente, tem dois andares mas, no futuro, terá três. O rés-do-chão e o primeiro andar terão espaços necessários para o funcionamento de um serviço de formação, na área da restauração. O auditório, com capacidade para 50 pessoas, é um dos espaços destinados a essa mesma formação.
O segundo e último andar, o que terá de novo, é destinado a habitação com a construção de um apartamento. Para este último edifício abriu, esta semana, o concurso público para execução da obra, tendo como preço base 480 mil euros.
Incentivos para regeneração
Segundo o Diário de Viseu conseguiu saber junto da SRU, o objectivo desta regeneração urbana passa por ter, novamente, capacidade de atracção de pessoas da zona histórica que se encontra cada vez mais desertificada.
Para que objectivo seja conseguido, tem que se passar, obrigatoriamente, segundo nos foi dito, por disponibilizar apartamentos de qualidade e espaços para comércio ou serviços atractivos.
A autarquia sabe que os proprietários dos edifícios na zona histórica são, maioritariamente, pessoas com alguma idade e, por vezes, com fracos recursos financeiros, assim como os seus inquilinos.
A autarquia tenta adquirir estes edifícios junto dos proprietários que não os reabilitem mas, revela que foram criados alguns incentivos para que, ainda assim, alguns possam ser reabilitados pelos donos.
Os incentivos passam pela redução de IRS para cinco por cento, tal como tem a autarquia, na aquisição de material de construção civil; isenção de IMI e de IMT, antiga SISA, até um período de cinco anos.

texto de Isabel Marques Nogueira in Diário de Viseu (26-12-2008)

1 comentário:

Anónimo disse...

Deseja-se que não "sofra" muito!
Mas que se cure de muitas das maleitas originadas pela idade avançada.

R P.