segunda-feira, 22 de junho de 2009

Verão: Termalismo

Termas do interior
afirmam-se como alternativa à praia e incentivo à hotelaria
De "âncoras" do turismo a atracções não indispensáveis mas com "fortes potencialidades", as estâncias termais do interior do país são, segundo vários autarcas, uma crescente alternativa às praias e um grande incentivo à construção de unidades hoteleiras.
Com um crescimento cada vez mais acentuado a nível do bem-estar, em detrimento dos programas de saúde, o termalismo nacional tem ganho mil novos adeptos por ano, uma tendência para a qual contribuem as termas do interior, geridas por privados e/ou pelos municípios.
As Caldas da Cavaca, em Aguiar da Beira (Guarda), são exemplo de um investimento conjunto de ambos - seis décadas depois da sua abertura, a Câmara adquiriu-as em 1983, recuperou as instalações alguns anos mais tarde e em 2008 constituiu uma parceria público-privada para um projecto de criação de um parque termal, com hotel e outros equipamentos.
A estância reabriu no ano passado durante três meses, conseguindo atrair 500 visitantes, um número que o presidente da autarquia, Fernando Andrade, quer ver aumentado com o alargamento da época termal este ano (Maio-Outubro) e com a unidade hoteleira.

"Estamos a lutar pela construção do hotel, é fundamental para aumentar o fluxo de clientes, mas não tem sido fácil, até porque os apoios estatais têm sido praticamente nenhuns. Depois disso será mais fácil", diz à Lusa Fernando Andrade.
"As Caldas são a âncora do turismo do concelho, daí a nossa grande aposta neste projecto, e estou convicto de que vão trazer muita gente a Aguiar", acrescenta.
Em Idanha-a-Nova (Castelo Branco), as Termas de Monfortinho, as mais interiores do país, já motivaram a edificação de várias unidades de alojamento turístico: "É o local do concelho onde existem mais camas", revela o presidente do executivo municipal, Álvaro Rocha.
Segundo o responsável, as Termas têm a concorrência de outras atracções, como as aldeias históricas, mas isso não as impede de marcar uma "posição cada vez mais forte" na zona, sobretudo desde a sua remodelação, a cargo de privados.
"Nos últimos seis anos a qualidade dos serviços subiu muito, também através de apoios comunitários. As Termas trouxeram uma grande valorização do concelho, embora o número de serviços que lhes são exteriores não sejam tantos como se desejaria, mas temos tudo para ultrapassar os problemas", explica.
Segundo Álvaro Rocha, a proximidade com Espanha faz com que muitos "vizinhos" visitem a estância, encerrada apenas durante parte dos meses de Janeiro e Dezembro.

Para o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, a possibilidade de ter uma época termal extensa, independente da meteorologia, é uma das grandes mais-valias destes equipamentos.
"É uma aposta alternativa ao turismo de praia com a vantagem de poder ocorrer todo o ano. É um sector em grande desenvolvimento, tem trazido muitos utentes", afirma, referindo-se às Termas de Alcafache, geridas por uma empresa familiar.
Fernando Ruas diz que este local poderá não estar entre as primeiras atracções do município e que os seus efeitos não estão quantificados, mas adianta que "tem impacto" no turismo e no comércio local e é um equipamento com "potencialidades e futuro", sendo alvo de vários projectos, como um hotel.


Agência Lusa (22-06-2009)

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