quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Cápsula do tempo

CÁPSULA DO TEMPO
Abertura a 8 de Agosto, na Empório

MANUAL DE UTILIZAÇÃO
1 – A Projecto Património – EMPÓRIO e a Associação Cultural Amarelo Silvestre, associados na iniciativa “A_gosto da Cidade”, convidam a que participe…
2 – Seleccione/Crie um documento de/em/sobre a Viseu actual: um menu de restaurante, um bilhete de um espectáculo, um panfleto; tire uma fotografia (à casa; à família; ao carro; à secretária de trabalho; ao café do costume; ás ruas que percorre; ao animal de estimação; etc.), faça um desenho, escreva uma carta, elabore uma lista de compras. Em suma, alinhave o que o defina neste 2009 e passe-o a papel.
3 – Inscreva uma legenda no verso: quem é, e o que diz o documento de si. O porquê daquela referência.
4 – Dirija-se à EMPÓRIO (R. Silva Gaio nº29 – Viseu) entre os dias 8 e 29 de Agosto de 2009, e deposite no baú das nossas memórias de Hoje, a sua visão documentada.
5 – Espere 5 anos (até 2014) para maturação. Nessa altura a cápsula será reaberta e o conteúdo tornado público através de uma plataforma on-line.
6 – Seja Viseu também; o seu e o dos seus vizinhos.
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Cápsula do tempo guarda "memórias" dos viseenses durante cinco anos
Tire uma fotografia, por exemplo, aos seus passos na rua que todos os dias percorre. Coloque a imagem numa cápsula do tempo e espere cinco anos. Depois abra a cápsula. Que memórias vai encontrar, que leitura vai fazer daquele preciso momento e daquele espaço cinco anos depois? Este é o desafio que a Projecto Património-Empório e a Associação Cultural Amarelo Silvestre lançam aos viseenses.
A partir de sábado e até dia 29 deste mês, as pessoas são convidadas a depositar no "baú das memórias" - que está na Empório - documentos de ou sobre Viseu actual. Pode ser um menu de restaurante, um bilhete de espectáculo, um panfleto, uma fotografia. Pode também ser um desenho, uma carta ou até mesmo uma lista de compras. Deve inscrever uma legenda sobre quem é e o que diz o documento de si.
Deixe o seu objecto na cápsula do tempo para "maturação".
Cinco anos depois, o baú será aberto e o conteúdo tornado público através de uma plataforma on-line.
"Esta é uma iniciativa que pretende salvaguardar a existência de um determinado momento", explicou Rui Macário, da Empório. "Era uma ideia que andávamos a pensar há já algum tempo: ter a memória do quotidiano", disse, sublinhando que a iniciativa se justifica porque "as pequenas coisas estão-se a perder".
"Queremos chamar a atenção para estas pequenas coisas, estes pequenos nadas que podem construir a memória", sublinhou.
Rui Macário, formado em História da Arte, pretende que este arquivo agora recolhido durante o mês de Agosto seja "ressuscitado" em 2014. "Em termos pessoais, preferia que esta primeira edição contivesse registos mais descritivos dos espaços da cidade", confessou. Como a iniciativa é para ser feita todos os anos, na próxima edição gostaria que fosse "mais dedicada às vivências".
A cápsula do tempo é "uma forma de renovar a cidade através dos registos da memória" resumiu, por seu lado, Fernando Giestas, da Associação Amarelo Silvestre.
A Gosto da Cidade
A cápsula do tempo é uma das iniciativas que está inserida numa programação mais alargada que a Amarelo Silvestre e a Empório têm programada para este mês. Intitulada A_Gosto da Cidade, as propostas pretendem levar os viseenses, e não só, a reflectir sobre Viseu. "Queremos pôr a cidade a reflectir, a falar sobre ela própria e que nós falemos dela, percorrendo-a também", explicou Fernando Giestas.
É nesse sentido que vão ser realizadas iniciativas (dia 29) como o piquenique no Parque Aquilino Ribeiro. "Vamos usufruir dos espaços da cidade e este é um deles. O verde conta muitas histórias que vamos descobrir", exemplificou.Vai ainda haver percursos a pé e que partem à descoberta de espaços públicos e da "forma como nos relacionamos com eles".
Assim, vai ser com a caminhada que vai partir do Parque, até ao Rossio, com passagem pela Rua da Paz, Rua dos Andrades, 4 Esquinas, Rua Formosa, Mercado 2 de Maio, Rua do Comércio e finalmente Praça D. Duarte. Aqui encontra-se a Casa da Boneca, uma das mais antigas do centro histórico. "Esta é uma casa com 50 anos e que tem muitas histórias. Os proprietários são eles próprios actores privilegiados da cidade e têm muito a dizer sobre ela", contou Fernando Giestas.
A caminhada irá depois continuar até à Empório, na Rua Silva Gaio, onde Vítor Tavares irá conversar sobre "não-lugares". "Todas estas actividades estão direccionadas para a partilha e para a discussão com quem faz e vê a cidade", concluiu Fernando Giestas.
À noite no Lugardo Capitão
A noite do dia 29 vai continuar no Lugar do Capitão com a projecção multimédia das imagens de Não-Lugares de Vítor Tavares e que actualmente estão expostas no centro Português de Fotografia, no Porto. Ainda no Lugar do Capitão, e entre os dias 16 e 29, podem ser apreciadas instalações de José Crúzio. "Soundscape "from invisible cities" é, por exemplo, um dos projectos sonoros do artista que reflecte uma versão áudio de um quotidiano urbano.
texto de Sandra Rodrigues in Jornal Diário de Viseu de 05-08-2009

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