quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Centro histórico vigiado por câmaras de vídeo

O presidente da Câmara de Viseu defende a instalação de câmaras de vídeo-vigilância nalguns locais do centro histórico, como reforço de segurança nesta zona da cidade. Uma medida já adoptada em outras cidades do país, como por exemplo, Coimbra, mas que em Viseu não merece a aprovação de toda a população.
"Não existe criminalidade que justifique o uso de câmaras de vídeo-vigilância", argumenta Nuno Silva, um jovem que admite que apesar de haver situações "menos dignas" no centro histórico, ainda "está muito longe dos níveis de criminalidade que existem noutros locais do país". A mesma opinião é partilhada por Catarina Rodrigues.

Para esta viseense, o uso deste sistema "pode resultar pelo lado negativo", explicando que "pode haver pessoas que se afastem do centro histórico, dando origem a pequenos focos de população que, esses sim, vão continuar a praticar delitos longe do alcance das câmaras".
"Mais polícia e mais animação parecem ser as melhores medidas para acabar com alguma insegurança que se sente", frisa.
O centro histórico é uma das zonas de risco na cidade, pela criminalidade e onda de assaltos que se tem registado nos últimos meses. Os comerciantes queixam-se da falta de segurança, exigindo mais patrulhamento nocturno. "Já fui assaltado duas vezes nos últimos meses e a verdade é que durante a noite não se vê uma patrulha constante nesta zona", acusa um proprietário de uma ourivesaria. Por isso, é um defensor das câmaras de vídeo-vigilância e espera que esta seja uma medida adoptada quando for implementado o Contrato Local de Segurança (CLS).O CLS de Viseu vai ser aplicado em 23 hectares do centro histórico e que abrange duas freguesias urbanas da cidade.
De acordo com o presidente da Câmara, Fernando Ruas, o contrato vai permitir uma concentração de meios "que contribuirão de forma significativa para o combate à criminalidade". O autarca espera que a sua implementação seja feita o mais rapidamente possível e este foi o desejo deixado no encontro que manteve na terça-feira com a secretária de Estado da Administração Local. "A candidatura foi apresentada em 2008, o contrato assinado em 2009 e agora é a vez de o implementar", frisou Fernando Ruas, lembrando que a administração do CLS de Viseu será garantida por um grupo de trabalho restrito, que estará "aberto a sugestões dos habitantes de Viseu e que irá elaborar um relatório onde constarão o número de agentes necessários, entre outras medidas a aplicar", revelou Fernando Ruas.
Os Contratos Locais de Segurança permitem dispor ter polícias na rua e recorrer à video-vigilância, à georeferenciação e a um programa de proximidade em relação às populações envolvendo representantes das comunidades e mediadores.
Texto in Diário de Viseu de 07 de Janeiro de 2009

Sem comentários: