segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Deslocamento da Loja do Cidadão volta à estaca zero

   Estará a chegar ao fim uma antiga discussão relacionada com a decisão de transferir a Loja do Cidadão de Viseu para a zona histórica da cidade? A medida visava atrair pessoas e recuperar a dinâmica de outros tempos no centro de Viseu. A esperança, embora cada vez mais diluída, foi-se mantendo, mas o presidente do Instituto para a Gestão das Lojas do Cidadão, Hélio Borges Maia disse esta semana que não está a ser equacionada a transferência da loja de Viseu para o centro histórico, porque onde funciona actualmente é o local indicado.
   O anúncio sem meias palavras fez cair por terra um projecto de intenções que surgiu em finais de 2008, quando o então secretário de Estado do Comércio manifestou abertura em relação à instalação da loja no centro histórico. A deixa foi aproveitada de imediato pela Associação Comercial e pelo Movimento de Cidadãos pelo Centro Histórico, com uma intervenção na Assembleia Municipal pedindo "convergência" entre a sociedade civil e forças políticas.
   O presidente da Câmara, Fernando Ruas viu igualmente com bons olhos a transferência e sugeriu de imediato a antiga sede dos Bombeiros Voluntários de Viseu, situado entre a Rua do Comércio e a Rua D. Duarte, edifício que a autarquia veio a adquirir mais tarde.
   A "luta" pela deslocalização da Loja do Cidadão de Viseu, entroncando num trabalho mais alargado de tentativa de revitalizar o centro histórico, seguiu-se com uma manifestação dos comerciantes. Pela primeira vez na história da cidade, os comerciantes fecharam as suas lojas meia hora mais cedo, no dia 2 de Março de 2009 e reuniram-se no Mercado 2 de Maio para reivindicar aquilo que acreditavam ser a "loja âncora" que iria ajudar a travar a desertificação daquela zona da cidade.
   "Tenho a confirmação que todas as forças vivas estão disponíveis para lutar por esta causa. Quando assim acontece não pode haver recuos", sublinhou o presidente dos comerciantes, Gualter Mirandez. E os apoios chegaram dos partidos políticos, deputados e outros organismos locais, mas um ano depois volta tudo à estaca zero.
  
Jornal do Centro, ed. 409, 15 de Janeiro de 2010



Movimento de Cidadãos toma posição em breve


    "As declarações são despropositadas. É muito deselegante desautorizar as declarações de um secretário de Estado. Estão a desautorizar um lugar político e esta questão é eminentemente política, não pode ser resumida a números. Os números são importantes, mas a decisão é necessariamente política, que devia ter sido levada em conta nas declarações. Para o Movimento de Cidadãos, a questão que continua a ser preocupante é que, mais uma vez, Viseu fica mal numa decisão do Governo. Vamos tomar uma posição muito em breve que mostrará o enorme descontentamento que esta decisão trouxe a todos os viseenses, em particular aos comerciantes e moradores da zona histórica".

Alexandre Azevedo Pinto
Porta-voz do Movimento de Cidadão de Viseu
Jornal do Centro, ed. 409, 15 de Janeiro de 2010



Câmara responde com saída da Loja do Cidadão


   "A Câmara é que vai dar já a resposta ao senhor presidente da Loja dos Cidadão. A resposta é retirar imediatamente os nossos serviços e transferi-los para o centro histórico (Travessa Senhora da Piedade). Portanto, nós vamos cumprir aquilo que prometemos aos viseenses, vamos transferir os serviços. Já temos local e vamos fazê-lo de imediato, mesmo que tenhamos que cumprir compromissos que celebrámos. Não se compreende ouvir dizer o presidente da Loja do Cidadão que o secretário de Estado não titulava a área. O que é que isso interessa? Não era membro do Governo? Generaliza-se com tanta facilidade as autarquias e um membro do Governo não compromete o próprio Governo, apenas por não ser da tutela? Disse o que lhe ia na alma e muito bem, pelos vistos o Governo é que não tem nenhuma sensibilidade para a transferência da Loja do Cidadão".

Fernando Ruas
Presidente da Câmara Municipal de Viseu
Jornal do Centro, ed. 409, 15 de Janeiro de 2010


Associação Comercial não vai baixar os braços


"Lamento que o Governo se esteja a defender com um problema economicista. Há milhares de milhões envolvidas para salvar bancos, grandes empresas e empresas públicas e para fazer uma transferência de uma Loja do Cidadão, quando o presidente da Câmara apresenta um projecto económico que pode ser realizado a médio prazo, o Governo não atende. O caminho é acima de tudo sensibilizar a opinião pública para a problemática. Uma opinião pública esclarecida tem que defender esta nossa reivindicação. Já que todos os grupos parlamentares estiveram de acordo com a nossa posição e até o Grupo Parlamentar do PS, algumas vezes, se manifestou em nossa favor, há que continuar para que se veja que tipo de cidade querem para o futuro".

Gualter Mirandez
Presidente da Associação Comercial do Distrito de Viseu
Jornal do Centro, ed. 409, 15 de Janeiro de 2010

Sem comentários: