No dia 10 de Dezembro de 2010, a cidade de Viseu geminou-se com a sua congénere do Rio de Janeiro. Foi, sem dúvida, um momento maravilhoso e a concretização de um sonho. Construído ao longo de quatro anos, com a vontade e a participação de cidadãos portugueses, luso-brasileiros e brasileiros, o acto pode e deve ser uma ponte que permitirá o estabelecimento de laços de cooperação em interesses reais, essencialmente a nível económico, cultural, empresarial, ensino e outras actividades. Há, concerteza, no campo vastíssimo das áreas mencionadas, muito a dar e a aprender mutuamente. Todavia, se foi algo de muito importante o momento da geminação protagonizado pelo Dr. Fernando Ruas, Presidente da Câmara Municipal de Viseu, e a Dr.ª Teresa Bergher, vereadora da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, com raízes familiares na região de Viseu, devo realçar a enorme satisfação e o orgulho patenteado no facies dos portugueses, luso-brasileiros e brasileiros residentes e os presentes pertencentes à delegação de Viseu, cuja Pátria, como referiu Fernando Pessoa, é a língua portuguesa.
O seu semblante iluminado com o esmalte do sorriso deixou percepcionar que algo de melhor o futuro lhes reserva. Pelo facto, parece até que as comemorações do dia da Nossa Senhora da Conceição celebradas na Casa de Viseu do Rio de Janeiro, espaço de autenticidade em que se ama de paixão a língua portuguesa, marca de identidade sociocultural, decorreram num clima ainda mais festivo e anunciador de que algo muito positivo, nos tempos próximos, irá acontecer. Esta oportunidade, concretizada através da geminação, tem que ser obrigatoriamente alimentada, expandida indefinidamente, através da sua força cultural, da sua força intrínseca e do poder político das duas cidades. Nesta aldeia global, as cidades e as nações posicionam-se em torno de pólos de poder e de articulação, para colherem benefícios mútuos. Aqueles que se acomodarem ficarão relegados para segundo plano, desprotegidos. Estimar esta oportunidade é estimar-se. Na nossa língua pensamos, comunicamos, interagimos e convivemos. É preciso dar novos rumos ao rumo. Haja vontades para sedimentar a cooperação e preservar a pátria lusófona, sem muros, de dimensões colossais.
Texto de José Costa in Jornal do Centro de 17 de Dezembro de 2010
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