Luzes de mil cores,
Foguetório e alegria;
Ranchos, artistas, actores,
Realidade e fantasia.
Carrocel que redopia,
Triciclos e bicicletas;
Ali, um vende magia,
Outro rádios e cassetes.
Além, bombons e tabletes
E torrão de Alicante;
E caído nas retretes
Dorme um ébrio delirante…
Um pouco mais adiante,
As barracas de fanqueiro;
Outras de ouro e diamante
Para gente de dinheiro.
Surge agora um pregoeiro
E um vendedor de sorte;
Na mota, um aventureiro,
Gira no poço da morte.
Há fatos de belo corte
E casacos de estola;
Um pobre puto sem norte
Estende a mão à esmola…
Outro compra uma bola,
Aqueloutro um pião;
Além a roleta rola
O sonho e a desilusão.
E no meio da confusão
Do ambiente da feira
Sempre aparece um ladrão
P´ra lhe fanar a carteira…
Artigos de brincadeira
E alto industrializado,
Da colher de cozinheira
Ao tractor e ao arado.
A fome de braço dado
Com fartura e miséria,
Mesclam-se no mesmo fado
Porque feira é féria…
Há também muito léria…
Há caldo verde e vinho,
E até gente séria
Que “cai como um patinho”…
Escondido num cantinho,
Um bêbado “alivia”,
Enquanto ali pertinho,
Outro, indif´rente, comia…
É assim o dia-a-dia
Na Feira de S. Mateus;
Pouco ou nada varia
Nos velhos pergaminhos seus.
Bela feira…Benza-a Deus!,
Que de franca é chamada…
Mas p´ra mal dos pecados meus
Tenho de pagar a entrada…
Foguetório e alegria;
Ranchos, artistas, actores,
Realidade e fantasia.
Carrocel que redopia,
Triciclos e bicicletas;
Ali, um vende magia,
Outro rádios e cassetes.
Além, bombons e tabletes
E torrão de Alicante;
E caído nas retretes
Dorme um ébrio delirante…
Um pouco mais adiante,
As barracas de fanqueiro;
Outras de ouro e diamante
Para gente de dinheiro.
Surge agora um pregoeiro
E um vendedor de sorte;
Na mota, um aventureiro,
Gira no poço da morte.
Há fatos de belo corte
E casacos de estola;
Um pobre puto sem norte
Estende a mão à esmola…
Outro compra uma bola,
Aqueloutro um pião;
Além a roleta rola
O sonho e a desilusão.
E no meio da confusão
Do ambiente da feira
Sempre aparece um ladrão
P´ra lhe fanar a carteira…
Artigos de brincadeira
E alto industrializado,
Da colher de cozinheira
Ao tractor e ao arado.
A fome de braço dado
Com fartura e miséria,
Mesclam-se no mesmo fado
Porque feira é féria…
Há também muito léria…
Há caldo verde e vinho,
E até gente séria
Que “cai como um patinho”…
Escondido num cantinho,
Um bêbado “alivia”,
Enquanto ali pertinho,
Outro, indif´rente, comia…
É assim o dia-a-dia
Na Feira de S. Mateus;
Pouco ou nada varia
Nos velhos pergaminhos seus.
Bela feira…Benza-a Deus!,
Que de franca é chamada…
Mas p´ra mal dos pecados meus
Tenho de pagar a entrada…
Poesia de Caetano Carrinho (1996?)
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