sexta-feira, 16 de março de 2007

Falta de vigilantes encerra catedral ao almoço

A Sé Catedral de Viseu, símbolo histórico da cidade, encontra-se encerrada durante o horário de almoço, o período de das 12h00 às 14h00. Apesar da situação ocorrer “há muitos anos”, como refere o cônego da Sé, Orlando Paiva, alguns leitores do Jornal do Centro ao deslocarem-se ao monumento, estranharam a situação.
Segundo Orlando Paiva, o actual horário da Catedral encontra-se estabelecido desde 1959, ano em que iniciou as funções. A falta de vigilantes é a razão apontada. “A Sé funciona com um vigilante e não existe qualquer possibilidade de contratar mais pessoal”, afirma o responsável pelo cabido do monumento.
O Bispo da diocese de Viseu, Ilídio Pinto, confessa que “não tinha consciência” da situação, mas reconhece que é necessário “encontrar uma solução, para que a Sé não encerre no horário de almoço”, principalmente “por causa dos turistas e do próprio Museu do Tesouro”.
Os turistas são os mais prejudicados, visto que os crentes e utilizadores regulares “encontram-se familiarizados com a situação”.
Para um dos dirigentes da Associação Regional de Promoção Turística (ARPT) do Centro, Jorge Loureiro, “do ponto de vista dos visitantes é claramente negativo”. “A Sé é uma referência do património de Viseu e quanto mais oferta, em termos de horários, tivermos, melhor”, refere, admitindo, também, que esta “gestão da Sé não deve ser encarada com um drama, visto que pode levar os turistas a efectuar as refeições na restauração viseense”.
A ARPT do Centro assume que irá efectuar a actualização de horários nas ferramentas de promoção que coloca à disposição dos turistas.Nas restantes capitais de distrito da zona Centro, nomeadamente Castelo Branco, Guarda, Santarém e Coimbra, ocorre a mesma situação. Só Leiria e Aveiro é que são excepção. Em Coimbra, Santarém e Guarda, as catedrais podem ainda encerrar aos domingos, segundas e feriados, consoante os serviços requisitados.
Segundo a professora de História, da Universidade Católica, Maria de Fátima Eusébio, grande parte do património religioso do distrito encontra-se encerrado todos os dias. “É uma situação para a qual deviam ser arranjadas estratégias”, atesta.
Texto de Ana Filipa Rodrigues in Jornal do Centro (16-03-2007)

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