quarta-feira, 21 de março de 2007

Viseu

Cidade com maior densidade comercial
Depois de instaladas as três novas superfícies comerciais já autorizadas pelo Ministério da Economia (Palácio do Gelo, Retail Park e E Leclerc), Viseu será a cidade de Portugal com maior densidade comercial por habitante. Cerca de quatro vezes superior à média do país. É o que conclui um levantamento feito pela Associação Comercial do Distrito de Viseu.
O trabalho, ainda não divulgado, foi elaborado há cerca de um ano, e tem em conta a população do concelho, o número de espaços comerciais existentes (mais os três que vão ser instalados em breve) e os critérios utilizados pela Lei 12/2004. Contas feitas, Viseu atinge um índice de 1105 metros quadrados de densidade comercial por cada mil habitantes, enquanto a média nacional, seguindo a mesma metodologia seguida pelo trabalho da Associação Comercial, só chega ao índice 275.
Sem as três novas superfícies comerciais (o Palácio do Gelo e o Retail Park devem abrir portas até ao Verão, e o E. Leclerc até ao fim do ano), que juntas têm uma área superior a 100 mil m2, o índice da densidade comercial de Viseu é idêntico à média nacional, o que quer dizer que o crescimento quadruplica tendo em linha de conta aqueles três novos espaços comerciais que vão ser instalados na cidade.
Oferta superior à procura"A cidade tem uma oferta muito superior à procura, e isso é mau para todos, em especial para o pequeno comércio, que está em crise já há muitos anos", alerta o presidente da Associação Comercial do Distrito de Viseu.
Gualter Mirandez sublinha a falta que faz uma comissão avaliadora dos pedidos de implantação de novos centros comerciais. "Como não existe e nem está constituída, é tudo aprovado", explica o dirigente, lembrando o "bom" exemplo recente em S. Pedro do Sul, onde foi chumbada a instalação de uma grande superfície por haver a tal comissão avaliadora.
Mas para apoiar o comércio da cidade, o dirigente, em parceria com a autarquia, constituíram a Unidade de Acompanhamento Comercial (UAC) que se candidatou a um investimento total de 150 mil euros para acções de revitalização, animação e formação dos agentes comerciais, tudo no âmbito do Urbcom.

Rui Bondoso
www.jn.pt

1 comentário:

Anónimo disse...

De facto este assunto tem grande importancia e transporta preocupação séria para o médio e curto prazo da situação do comércio local. Que não dos potenciais consumidores, claro!
Mas o que me espanta é que todas estas grandes superficies só são instaladas após laboriosos estudos de mercado, nos quais a concorrencia é mais que avaliada e analisada!
Portanto, existe mercado potencial e os consumidores terão uma oferta mais vasta de produtos e a preços mais baixos, numa região onde estes se apresentam como dos mais altos do país! E isto é positivo!
Negativo será o inevitável impacto no comércio tradicional, que terá de repensar a sua inserção local, modernizando-se e/ou especializando-se quanto antes. E nisso terá de ser ajudado, tal o estado em que se encontra, com alguma impreparação e desactualização ou mesmo envelhecimento bem visivel e estruturalmente mal preparado para o presente e pior para o futuro.
A concorrencia e o livre mercado funcionam por si mesmos e o proteccionismo, se fosse possível impô-lo, só acentuaria o definhamento da situação comercial apontada!
É por aqui, que em minha opinião, as associações têm que enveredar, embora reconheça ser um caminho difícil e com resultados nada fáceis de atingir!