segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Bares e restaurantes «fecham» contra a falta de trânsito

Cartazes a anunciarem a venda dos estabelecimentos foi a forma escolhida pelos comerciantes para protestarem contra a proibição da circulação automóvel no centro histórico da cidade.
Os proprietários dos bares e restaurantes do Centro histórico de Viseu encerraram simbolicamente, os estabelecimentos, anteontem, durante meia hora, depois de terem afixado cartazes onde se lia “Vende-se” e “Trespassa-se”.
Esta foi a forma encontrada pelos comerciantes para protestarem contra a medida da Câmara Municipal de Viseu e da Associação de Comerciantes do Distrito de Viseu, de proibir a circulação automóvel na zona velha da cidade, entre as 2IH30 e as 2H00 da madrugada, às sextas-feiras e sábados. Depois de terem reunido, durante a tarde de sábado, os proprietários de bares e restaurantes decidiram, por unanimidade, colocar cartazes nas montras a anunciarem a venda dos estabelecimentos, devido à falta de clientes. Durante meia hora, desligaram as luzes dos estabelecimentos para demonstrarem o descontentamento. A proibição de trânsito automóvel, que entrou em vigor no passado dia I0 de Agosto, não agradou aos proprietários dos bares e restaurantes que se queixam de ter prejuízos na ordem dos 50%.
O representante dos proprietários dos Bares e Restaurantes da zona da Sé, José Hilário, garantiu que a proibição da circulação automóvel durante o fim-de-semana, irá contribuir para “acelerar o fim do comércio no centro histórico da cidade”. Proprietário do restaurante A Muralha, José Hilário afirmou que os prejuízos se têm feito sentir. “Não temos como resolver os nossos compromissos com o pessoal e fornecedores”, afirmou. “Estamos indignados com a medida da CMV, que ainda por cima teve o aval da Associação de Comerciantes”, referiu o mesmo responsável que considera que a ACDV não salvaguardou os interesses dos proprietários dos estabelecimentos que funcionam no período nocturno. José Hilário adiantou ainda que os comerciantes irão pedir uma audiência ao presidente da Câmara de Viseu e pedir justificações a Gualter Mirandez, presidente da ACDV.
António Alves, proprietário de um dos Bares na zona histórica, convicto de que os clientes, não vão ao centro histórico a pé, já disse que vai deixar de ser sócio da Associação de Comerciantes do Distrito de Viseu. “Não fomos ouvidos e eu investi aqui I4 mil contos”, afirmou queixando-se da falta de clientes.

Associação de comerciantes afirma que é “prematuro” avaliar prejuízos

O presidente da Associação de comerciantes do distrito de Viseu considera que os protestos dos proprietários dos bares e restaurantes são prematuros. “ É demasiado cedo para fazermos uma avaliação correcta”, afirmou. O mesmo responsável recorda que a interdição da circulação automóvel surgiu depois de ter ouvido os pedidos de alguns proprietários de restaurantes. “Não quisemos prejudicar ninguém”, afirmou Gualter Mirandez. O líder dos comerciantes afirmou estar disponível para ouvir as razões dos proprietários dos bares e restaurantes da zona velha da cidade de Viseu. O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, justificou na altura o avanço da medida com o “excesso de carros que incomodam quem circula a pé” na zona do centro histórico. O autarca considera que “as minorias não podem condicionar a vontade das maiorias”. Já depois do descontentamento dos proprietários dos bares e restaurantes se terem feito ouvir, Fernando Ruas afirmou: “ Não tenho receio de tomar medidas difíceis”.

Sandra Ferreira in Jornal As Beiras (20-08-2007)

3 comentários:

Anónimo disse...

Esta medida é incompreensível e denota que não há ... Esta medida é incompreensível e denota que não há o minimo de bom senso e conhecimento da situação. Fins de semanas de julho e Agosto pode compreender-se que nem sempre o trânsito seja permitido. Quando há animação e/ou espectáculos culturais tudo muito bem, agora TODOS os fins de semana! é MATAR aquela zona. Fora dos fins de semana de «festas», de chuva e frio....vai o Sr. Presidente a pé. Nunca vimos tal coisa.

Anónimo disse...

Se eu quiser (tiver) de ir à Farmácia Pinto.... não passo?! Se for a Farmácia que estiver de serviço permanente nocturno? Não passo?! Estas coisas podem e devem ser feitas mas bem delineadas, com soluções. Não é assim de acorda-se com uma ideia e já tá. Eu que precise de ir à Farmácia...e não passe... alguém vai ter de ir Á Farmácia depois também... vai, vai...
Um abraço amigo e que tudo corra pelo melhor

Anónimo disse...

"...tomar medidas difíceis". esta frase do sr. presidente não se ajusta bem à realidade. Uma coisa é ser-se autoritário, arrogante e teimoso, outra é ser-se politicamente correcto.
Casos há em que essa determinação não existe. não é verdade? sabemos que sim. A Cultura e o Desporto que o digam.