segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Concelho ganha meio milhar de habitantes em 2006 mas distrito envelhece

Viseu foi uma das poucas capitais de distrito que viram a sua população residente aumentar no último ano. Apesar de não ser significativa, esta subida de cerca de 0,6% contraria a tendência das principais cidades do país, Lisboa e Porto, que perderam alguns milhares de habitantes no ano passado.
Uma estimativa do Instituto Nacional de Estatística divulgada este mês indica que a população do concelho de Viseu aumentou de 97.601 habitantes em 2005 para 98.167 em 2006. Números que o autarca Fernando Ruas encara com naturalidade, “já que Viseu foi a cidade do interior que mais cresceu entre 1991 e 2001 e, mantendo-se esta tendência, deve registar-se um aumento de população significativo no próximo censo, em 2011”.


O nível empresarial, o desenvolvimento do ensino superior, a actividade cultural e a melhoria da rede viária fazem parte do conjunto de factores apontados pelo presidente da Câmara de Viseu para a preferência das pessoas pelo seu concelho.
Para além de Viseu, só os municípios de Carregal do Sal, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Sátão, Tarouca e Vila Nova de Paiva ganharam habitantes, embora a um ritmo bastante moderado. Na lista dos que perderam população, Cinfães e Lamego lideram, com menos cerca de 300 residentes cada.
A média distrital aponta para um decréscimo de população, que ronda o meio milhar de habitantes.
Maioria perde. A par de Viseu, houve outras seis cidades do país cuja população aumentou substancialmente: Braga, Viana do Castelo, Guarda, Leiria, Faro e Setúbal. Mas a tendência da maioria das capitais de distrito tem sido para perder residentes: atrás de Lisboa e Porto vêm Coimbra, Funchal, Ponta Delgada, Évora, Beja, Portalegre, Castelo Branco e Bragança.

Aveiro, Santarém e Vila Real estão praticamente em estagnação.

Distrito mais envelhecido


O concelho de Viseu é o único que consegue distanciar-se da tendência preocupante de envelhecimento do distrito. Apesar de não fugir à regra e estar também a aproximar-se de um número que exige tomar medidas, este concelho ainda tem mais jovens com menos de 15 anos do que idosos com mais de 65 (cerca de 99 idosos por cada 100 jovens). O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas acredita que a melhor maneira de fixar os jovens “é oferecendo condições globais de residência”. O facto de Viseu ter sido recentemente considerada a cidade com melhor qualidade de vida é, para Fernando Ruas, um sinal de que essas condições estão a ser conseguidas.

Mas os números globais de índice de envelhecimento do distrito não são tão optimistas. O Governador Civil de Viseu, Acácio Pinto encara os dados do Instituto Nacional de Estatística “com preocupação” e entende que “deve haver mais medidas nacionais que incentivem os casais jovens, principalmente do interior do país, a ter mais filhos”. A nível local, “cada Câmara deve avaliar por si os estímulos que actuem como catalisadores desses casais”, tendo sempre como indicador que “as pessoas fixam-se onde houver empregos, que lhes garantam estabilidade financeira”.

Envelhecer com qualidade. No sentido oposto ao do concelho de Viseu está Mortágua, onde residem cerca de 220 idosos por cada 100 jovens. O elevado índice de envelhecimento no município não surpreende o autarca Afonso Abrantes, para quem é mais importante dar qualidade de vida aos idosos e, simultaneamente, apoiar as famílias. A isenção de taxas de licenciamento de imóveis “permite que os jovens casais em Mortágua, em média 15 por ano, poupem entre 3.500 a 4.000 euros”, adianta Afonso Abrantes ao Jornal do Centro. O presidente frisa ainda que “estão a ser criadas condições para que os pais sintam que os seus filhos estão a ser educados com qualidade e segurança”. A construção de um Centro Educativo Único, que deverá entrar em funcionamento no ano lectivo de 2009/10, com creche, pré-escolar e 1º ciclo, “é disso exemplo”.Quanto aos idosos, Afonso Abrantes garante que a autarquia tudo tem feito para que vivam “com dignidade”. Para além de o concelho estar bem servido em termos de estruturas de apoio à terceira idade, “a Câmara tem desenvolvido actividades físicas e de ocupação de tempos livres” específicos para este sector etário.


Texto de Oriana Pataco in Portugal Centro

1 comentário:

Real GirL disse...

Estamos velhos! Temos pena! ;)