segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Viseenses em foco na Bienal de Cerveira


José Luís Loureiro, Luís Calheiros e Paulo Medeiros
A presença na Bienal de Vila Nova de Cerveira era um sonho perseguido há muito por Paulo Medeiros. Após anos de assiduidade enquanto espectador, o artista viseense, responsável pelo Departamento de Divulgação, Imagem e Eventos do Instituto Politécnico de Viseu, sentiu ser este o ano certo para arriscar o concurso. “Temos que nos apoiar fortemente num trabalho evolutivo e de descoberta durante vários anos, para se irem superando novas etapas e esta foi uma delas”, confessou ao Jornal do Centro.
Paulo Medeiros é um dos três artistas viseenses presentes na mostra de arte, que começou no dia 18 de Agosto e termina a 29 de Setembro. Luís Calheiros e José Luís Loureiro, professores na Escola Superior de Educação de Viseu, também se aventuraram, apresentando uma intervenção colectiva que não passa despercebida: dos três elementos que compõem a obra faz parte uma “caixa de horrores”, onde um vídeo sobre a morte dá especial relevo à barbárie do Islão actual.
Com “Novas Cruzadas” servindo de mote inspirador nesta Bienal, Paulo Medeiros apresenta, num trabalho em técnica mista sobre tela, uma crítica à pseudo-superioridade de um povo que se auto-intitula guardião e protector do mundo: os EUA.
Críticas à autarquia de Viseu
A XIV Bienal de Cerveira ambiciona ser especialmente interventiva e polémica, não fosse o tema deste ano as diferenças culturais entre o Ocidente e o Médio Oriente, com todas as implicações sociais, políticas, religiosas e económicas que representam para os países ricos.
O facto de estarem presentes num concurso internacional com artistas conhecidos e reconhecidos no meio é um estímulo a que Luís Calheiros e José Luís Loureiro não ficam indiferentes. Mas “incentivo maior”, admitem, “seria outra política autárquica, mais atenta, moderna, culta e actuante”, em Viseu, cidade onde vivem e trabalham.

Texto de Oriana Pataco

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