segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Forças vivas da cidade empenhadas em devolver a vida ao centro histórico

Durante séculos a parte mais alta da cidade de Viseu, localizada à volta da Sé e que agora é conhecida como o centro histórico, foi o pólo de desenvolvimento do município. O pulsar da urbe sentia-se em todos os cantos, especialmente na Rua Direita e na Praça D. Duarte, com os seus inúmeros estabelecimentos comerciais. No entanto, com o passar dos anos, perdeu o fôlego de outros tempos e actualmente encontra-se em crise.
A desertificação do centro histórico, tanto a nível habitacional como comercial, é neste momento um dos problemas mais discutidos entre todos os viseenses. Na Assembleia Municipal de Viseu, e na sequência da entrega de uma petição assinada por 850 cidadãos em que se exigia um debate alargado sobre o assunto, os deputados falaram acerca dos problemas existentes e apresentaram possíveis soluções para reanimar o centro histórico.
Apesar de muitos já não viverem na parte mais antiga da cidade, a grande maioria foi criada nas ruas do centro histórico, como é o caso de Almeida Henriques, presidente da Assembleia Municipal. Os pais continuam a viver na Rua Direita e o responsável recordou a sua infância, quando aquela artéria estava cheia de vida graças às pessoas que faziam as suas compras nas inúmeras lojas existentes. Os jovens dirigiam-se todas as manhãs para a Escola Industrial e Comercial (actualmente Emídio Navarro) e à tarde era por ali que brincavam.
Os tempos mudaram, mas Almeida Henriques espera que seja possível devolver alguma dessa vida ao centro histórico. Entre as soluções apresentadas por ele está a descentralização de alguns serviços camarários para aquela parte da cidade e a criação de um centro comercial a céu aberto com lojas-âncora que chamem as pessoas.
Estudo de Enquadramento Estratégico
Esta última proposta consta do Estudo de Enquadramento Estratégico que a Sociedade de Reabilitação Urbana - Viseu Novo encomendou à Parque Expo e cujo primeiro esboço foi apresentado no final do ano pelo presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas. Na mesma altura, o autarca prometeu um debate público alargado sobre as ideias que constam no documento assim que este estivesse concluído.
Entre as medidas propostas, que têm como propósito combater a desertificação e reanimar o comércio tradicional, está a criação de pelo menos quatro parques de estacionamento e de um centro comercial a céu aberto.
A intervenção (previsto está um investimento que rondará os 100 milhões de euros) permitirá a regeneração urbana em quatro categorias de princípios e de valores fundamentais, interligados entre si, designadamente ambiente e espaço público; desenvolvimento social, económico e cultural; património e reabilitação; mobilidade e transportes.
Algumas das obras deverão avançar em breve, prevendo-se que outras medidas se desenvolverão ao longo de uma década.No final, a autarquia espera ter conseguir aumentar não só o número de residentes no centro histórico, mas também os postos de trabalho. Além disso, deverão existir também novos espaços verdes e equipamentos de índole variada.

in Diário de Viseu (14-01-2008)

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