segunda-feira, 26 de maio de 2008

Mirita Casimiro, a eterna Maria Papoila

Em 10 de Outubro de 1914 nasceu, em Viseu, Maria Zulmira Casimiro de Almeida.

O seu pai foi o famoso cavaleiro tauromáquico José Casimiro. Os seus irmãos Manuel e José eram praticantes da mesma arte.
Apesar de ter ficado para a posteridade como a "Maria Papoila", ela foi muito maior nos palcos, onde se estreou profissionalmente em 1935, na revista "Viva a Folia", cantando alguns números e integrada na Companhia de Maria das Neves, no Teatro Maria Vitória.
Já desde miúda que cantava e encantava a família e os amigos. Em Lisboa conquistou o público ao interpretar canções tradicionais da Beira Alta, envergando a capucha castanha, feita de burel, das serranas e exibindo a pronúncia da região de Viseu. No ano seguinte fez um aplaudido travesti na peça "João Ninguém" e rapidamente obteve sucesso em revistas e operetas. Em 1941 casou com Vasco Santana e formou uma dupla de enorme êxito. Alguns anos mais tarde e depois de uma dolorosa e algo escandalosa separação, Mirita, passou a ser mal vista, no meio teatral e a sua carreira começou a desmoronar-se. Em Março de 1956 tentou a sua sorte no Brasil, para onde foi trabalhar e viver, sem grande nota. No ano de 1964 voltou a Portugal para trabalhar no Teatro Experimental de Cascais. Em Janeiro de 1966, inaugurou uma nova fase do seu trabalho, estreou-se em "A Casa de Bernarda Alba", de Frederico Garcia Lorca.
Voltou ao teatro mais popular e apesar de ter participado em vários projectos vocacionados para a fazer brilhar,desde "A Maluquinha de Arroios" em 1966 e "O Comissário de Polícia" em 1968, não conseguiu recuperar o anterior fulgor.
A fatalidade bateu-lhe á porta, em 12 de Novembro de 1968, no Porto onde sofreu um grave acidente de viação. Impossibilitada de voltar ao palco e deprimida acabou por desistir de viver, em 25 de Março de 1970, na sua residência em Cascais.

Nome completo: Maria Zulmira Casimiro de Almeida
Data de nascimento: 10 de outubro de 1918 (Viseu)
Filmografia
1937 - "Maria Papoila" - Leitão de Barros
1967 - "Um Campista em Apuros" - Herlander Peyroteo

Data de Óbito: 25 de Março de 1970


"MARIA PAPOILA" - VERSÃO CANTADA

"Com saudades na lembrança, disse adeus
Á terrinha mais ao lar AI, AI, AI,
Levo n'alma a luz da esperança e fé em Deus
Parto a rir e a cantar, AI, AI, AI,
Despedi-me das ovelhas
Do meu cão das casas velhas
Do lugar onde nasci,
AI,AI,AI,
Não me importo ir á toa
Que o meu sonho é ver Lisboa
Mai'lo mar que nunca vi
Refrão [bis]
Adeus oh terra,
Adeus linda serra de neve a brilhar
Adeus aldeia, que levo na ideia
Não mais cá voltar
Diz que a sorte é das pessoas, sempre ouvi
Vem do nome que elas têm
AI, AI, AI,
coisas más ou coisas boas, vem daí
Que comigo calha bem,
AI, AI, AI,
Eu no monte era Papoila
Tinha o nome de moçoila
Que no campo anda a lidar
AI, AI, AI,
Minha mãe também dizia
Como sou também Maria
Tinha que ir pro pé do mar
Refrão [bis]


post copiado de Filmes Portugueses

1 comentário:

GP disse...

A minha costela dessa zona trouxe-me aqui.
Li este texto sobre a Mirita Casimiro. Se a minha memória não me falha ( a idade não perdoa...) Mirita chegou a estar algumas vezes na Quinta da Taboadela na Silvã de Cima. Confirmam?

Boa sorte aos Barões