segunda-feira, 26 de maio de 2008

Soluções apontadas contrariam “aumento de cimento”

A concentração de serviços ou a criação de um centro cultural na zona histórica são algumas das soluções apontadas pelos intervenientes do debate público. Para os participantes mais importante que construir "mais cimento" é necessário reabilitar os edifícios existentes e criar lógicas que atraiam as pessoas para o centro da cidade através de "pequenos gestos".

O movimento Cidadãos de Viseu considera imperativo a instalação da Loja do Cidadão, instalada no Bairro das Mesuras, em vez de o serviço ser deslocado para o Palácio do Gelo. "A Loja do Cidadão de nova geração deve ser fixada nesta tão importante zona da cidade. E não me venham dizer que não há, infra-estruturas e capacidades. Se não há arranjam-se. Tem é que haver vontade política", refere Alexandre Azevedo Pinto.


O representante do Movimento dos Cidadãos desafiou os deputados do Partido Socialista eleitos na Assembleia da República a tomarem parte activa neste processo, uma vez que "têm responsabilidades governativas".
Tendo por base um estudo da OCDE, que "afirma que a área cultural em termos de impacto socio-económico é muito mais importante que a indústria automóvel", Alexandre Azevedo Pinto e Fernando Figueiredo defendem que "é preciso pôr Viseu no mapa cultural" e que "o centro histórico será o local importante para dinamizar culturalmente a cidade".
Colocando-se no papel de poder autárquico, Fernando Figueiredo admite que "começava por renovar o pelouro da cultura" e "reunia com todas as associações culturais" para encontra novas ideias e projectos inovadores. "É estranho o Cine Clube de Viseu não ter sido auscultado quando das sondagens do Parque Expo para o estudo". A lista de entidades parceiras da autarquia de Viseu no projecto de reabilitação do centro histórico não contempla o Cine Clube de Viseu. A edificação de uma nova sede pode estar condenada. Actualmente, o Cine Clube está instalado numa habitação no Largo da Misericórdia, mas necessita de um novo edifício para desenvolver um Cine Arquivo, uma sala de Lounge Cinema e um Cartoon Clube. Projectos que não saem papel há já três anos.
O cidadão alerta também para o desaproveitamento do Museu Almeida Moreira.

Segundo o pintor Luís Calheiros, o importante é preservar o passado e a identidade que a zona do centro histórico representa. "Não se pode destruir o passado com mais cimento", refere, destacando que "a animação na zona crítica está cada vez pior". A criação de "lojas com produtos de excelência", restauração adequada ao local, bem como instalação de diversos serviços públicos são, para o pintor, medidas essenciais para "chamar vida". "O Museu Grão Vasco está morto", exemplifica o pintor.
Durante o debate, o deputado do PS na Assembleia Municipal, João Paulo Rebelo, sugeriu a constituição de uma comissão de acompanhamento ao estudo de enquadramento estratégico para a revitalização do centro histórico de Viseu.
texto de Ana Filipa Rodrigues in Jornal do Centro (23-05-2008)

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