quarta-feira, 16 de julho de 2008

Cavalhadas de Vildemoinhos

As cavalhadas de Vildemoinhos têm a sua origem no ano de 1652. Orio Pavia que nos dias de hoje, quase não tem significado, era nesta alturade 1652 era um rio com alguma dimensão e pogante nas suas águas. Osagricultores necessitavam da água para regarem as suas culturas e ostrambelos necessitavam da água para fazerem mover as mós que moíam oscereais em Vildemoinhos. Os agricultores alguns mal intencionados fizeramaçudes e represaram a água do rio Pavia, em Vildemoinhos. Nesta altura ospesados rodízios das 43 mós não se mexiam, porque a água não corria no rioe assim os moinhos estavam parados.

Os moleiros queixavam-se dos agricultores que lhes roubavam aágua, este retorquiam que precisavam dela para regar as suas novidades.Desta situação resultam vários tumultos, alguns graves, na primeiraquinzena de Julho. O caso parecia não ter resolução. As autoridades, nadapodiam fazer, não se atreviam a decidir nem a favor nem contra os moleiros.
Os moleiros na noite do santo Precursor, sob o pretexto de ofestejarem, reuniram-se pela madrugada, com gente da cidade, no terreiro doMaçorim e dali, dirigiram-se à capela de São João da Carreira, ondefervorosamente rezaram ao santo, rogando-lhe que desse ao Pavia um volumede água.

Os tumultos repetiram-se e de tal maneira que foi necessáriopoliciar a estrada de Vildemoinhos. Mas os moleiros com a sua vontade deresolver o problema, vão rio acima e destroem os açudes e põem de novo aágua a correr. Os moinhos tornam a moer assim está assegurado o sustentodeste povo. Os proprietários reclamaram ao juiz do povo. Os interpeladosresponderam que nem frutas nem hortaliças faltavam na praça e que o pãoposto à venda era caro e não chegava para consumo.

Segue-se um recurso dos proprietários para as autoridades deLisboa e estas dão razão aos moleiros. A notícia desta sentença chega àcâmara em 20 de Maio de 1653.
Os moleiros deliraram de entusiasmo e resolveram ir, na noite de23 para 24 de junho, em luzida cavalgada a São João da Carreira, agradecerao santo. Para isso vestiram os seus melhor fatos, enfeitaram de fitasburros e cavalos e, levando à frente um grande "Estrondo" , puseram-se emmarcha, com todos os seus serviçais, atrás deles, armados de alavancas,sacholas e roçadoiras bem encavadas, não fosse o diabo tecê-las pelocaminho.
Em São João da Carreira houve danças, cantares e louvores aosanto. Já a manhã clareava quando o cortejo regressou à cidade, oscavaleiros e peões recompostos com doces, vinhos e licores, Entram emgrande entusiasmo pela porta dos cavaleiros, seguem pela Rua Dirreita, Ruada Cadeia, Praça, deram duas voltas ao adro onde fizeram três voltas debandeira desfraldada, continuaram pela rua dos Loureiros, praça NossaSenhora dos Remédios, soar de Baixo e Rossio de Maçorim, onde com grandefingida surpresa encontraram os seus serviçais que à socapa, tinham seguidorio abaixo destruindo, represas e açudes. Já com o sol alto, regressaram aVildemoinhos, onde novo serviço de doces e licores retemperou as fibras dosfoliões. Mais tarde, fez-se a festa votiva ao Santo Precursor, na capelinhanova.
É a esta vitória sobre os agricultores que os trambelos agradecem a SãoJoão e renovam todos os anos as cavalhadas.

Por fim transformou-se numa festa vulgar de São João.
Mas ao logo dos tempos ouve confrontos e festas quase estragadasmas por fim o fervor pela festas destes gentes fazia com que acabasse tudomais ou menos bem.
Estas festividades sempre tiveram o apoio e ajuda quer do cleroquer da nobreza esta ultima não se fazia de rogada e fazia questão de semostrar e conviver nestas cavalhadas de Vildemoinhos.

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