segunda-feira, 14 de julho de 2008

Distrito cinco estrelas

Aposta nos hotéis topo de gama para atrair um turismo cada vez mais sofisticado
A oferta hoteleira de luxo não pára de crescer no distrito de Viseu. Ao todo, são seis hotéis de cinco estrelas (três já abertos e três a abrir) que fazem do distrito o quarto do país com mais unidades de topo, logo depois de Lisboa, Porto e Faro.
Três hotéis abertos (Montebelo Palácio dos Melos e Aquapura), dois na calha para abrir (Pousada de Viseu e Casa da Ínsua) e um em projecto de desenvolvimento (Solar de Santar, em Nelas,). Seis ao todo, que transformam Viseu no quarto distrito do país com mais unidades hoteleiras de cinco estrelas, logo a seguir a Lisboa, Porto e Faro.
É uma oferta de luxo e uma aposta forte dos empresários no turismo de topo e de charme em Viseu.
E há mercado para tanto equipamento sumptuoso? Machado de Matos, director-geral dos hotéis da Visabeira Turismo, a empresa que detém o Montebelo, o Palácio dos Melos e a Casa da Ínsua, diz que sim. Sublinha até que a procura "vive momentos de crescimento e de grande vitalidade".
"Não temos a força do litoral, mas o melhoramento da rede viária, que liga as regiões do interior, em geral, e a cidade de Viseu, em particular, está a transformar o paradigma. As pessoas procuram cada vez mais o interior do país. O que é excelente para a economia da região", explica Machado de Matos.

A aposta nos "cinco estrelas" e a alta do mercado explica-se, em parte, na oferta diversificada de serviços disponibilizada pelos hotéis.
"É o alojamento de qualidade associado ao prazer e bem-estar, com os Spa, os restaurantes de degustação, os programas de animação ou o golfe. Tudo isto faz aumentar a procura", lembra o director-geral da Visabeira Turismo, que tem o Montebelo como coroa de glória. "A sua capacidade hoteleira anda próxima dos 70 por cento. Baixou ligeiramente, depois das obras de ampliação, de 100 para 172 quartos, mas está a recuperar", garante Machado de Matos.

O Palácio dos Melos, que abriu em 2007, "também está em velocidade de cruzeiro e a impôr-se no mercado, de forma clara, já que 2007 foi o ano zero", refere.
O aparecimento da hotelaria de luxo "é uma prova do dinamismo dos empresários viseenses", diz João Cotta, presidente da Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV).
E a aposta neste segmento de mercado "faz puxar a economia". "Estamos a falar de turistas que consomem, que visitam museus, que vão aos restaurantes, que fazem compras e deixam dinheiro, muito dinheiro. Isso já é algo que está a acontecer hoje. É uma prova da capacidade da região em atrair este tipo de turismo e sabê-lo aproveitar, potenciando-o e dinamizando-o", enfatiza o presidente da AIRV.
A opinião é partilhada por Jorge Loureiro, que fala na dupla qualidade de empresário hoteleiro e de dirigente da Agência Regional de Promoção - Centro de Portugal.. "Viseu tem pontos de interesse, riqueza patrimonial e cultural com forte capacidade atractiva de um turismo sofisticado", reforça.
E o mercado "faz-se, atrai-se, está em permanente evolução", diz, acrescentado que "os empresários arriscam, mas não nunca de forma irresponsável, para perder dinheiro. Sabem que quando apostam, neste caso em hotéis de cinco estrelas, é com vista à rápida obtenção do retorno do investimento", lembra Jorge Loureiro, que explora o Hotel das Termas do Carvalhal, em Castro Daire, uma das cinco estâncias termais do distrito de Viseu, com as termas de S. Pedro do Sul como referência.


texto de Rui Bondoso in Jornal de Notícias de 14-07-2008

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