sexta-feira, 4 de abril de 2008

Estudo estratégico promete centro histórico reabilitado dentro de nove anos

Viseu, 04 Abr (Lusa) - Uma área da cidade de Viseu com cerca de 26 hectares em redor do núcleo constituído pela Sé, Igreja da Misericórdia e Museu Grão Vasco vai ser intervencionada na próxima década, num investimento global de 114 milhões de euros.

As intervenções vão acontecer no âmbito de um estudo de enquadramento estratégico para a revitalização do centro histórico pedido pela Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) Viseu Novo à Parque Expo, que divide aquela zona da cidade em oito unidades operativas.

O presidente do conselho de administração da Parque Expo, Rolando Borges Martins, explicou que a novidade deste estudo é "uma visão global para todo o centro histórico, de reabilitação por um lado, mas sobretudo de revitalização, com a introdução de uma dimensão para lá do edificado", centrada na actividade económica e nas pessoas que lá vivem.
"Fá-lo através de um conjunto de áreas e dentro de cada área identifica acções concretas, como sejam intervenções em jardins, criação e construção de parques de estacionamento e recuperação de edificado", exemplificou.

Segundo Rolando Borges Martins, o território em causa "é riquíssimo e o potencial está lá todo, faltava olhar para ele de uma forma global e depois chegar caso a caso".
O presidente do conselho de administração da SRU, Américo Nunes, considera que actualmente "o conceito de regeneração urbana vai muito para além" do que a autarquia de Viseu já fez, nomeadamente reabilitando espaços públicos e apoiando a recuperação de imóveis.

"É preciso termos alma dentro dos imóveis e é esse o nosso grande objectivo: atrair pessoas para o centro histórico, com uma estratégia bem definida", sublinhou, avançando que, até ao dia 17 de Abril, será possível reunir "um conjunto de actores importantes do centro urbano" das áreas da economia, cultura e apoio social para apresentarem "uma candidatura de parcerias para a regeneração urbana" ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

Segundo Américo Nunes, este projecto vai resultar "numa injecção de recursos no centro histórico que envolve entidades públicas", nomeadamente a Câmara, "mas não pode deixar de fora a associação comercial, a fábrica da Igreja do Coração de Jesus, o centro social, a Associação Nacional dos Reformados, Aposentados e Pensionistas ou a ARESPE (Associação de Restauração e Similares de Portugal), que prevê ter uma escola de formação no centro histórico", e os proprietários dos imóveis.

Do investimento total de 114 milhões de euros, 76 milhões serão da responsabilidade de privados, refere o estudo.
Daqui a nove anos, Américo Nunes prevê que exista mais gente no centro histórico e "corredores verdes abertos".

"Num determinado quarteirão, poderemos adquirir um imóvel, não para reabilitar, mas para o demolir e abrir um corredor para que os agora quintais, alguns deles abandonados, que estão no interior dos quarteirões, sejam espaços verdes", explicou.
O presidente da autarquia, Fernando Ruas, disse gostar particularmente do que está previsto para a unidade operativa de reabilitação 3, que inclui a construção de uma ampla praça de uso público com estacionamento subterrâneo numa parcela desocupada da Rua Capitão Silva Pereira, que é propriedade da Câmara.

Para este espaço está prevista a construção de edifícios de habitação e de equipamentos de apoio à infância, de forma a captar nova população, e também a criação de ligações da Rua Capitão Silva Pereira à Rua Direita, através da Rua da Viela da Carqueja e da Rua do Gonçalinho.
O autarca destacou também a unidade operativa de reabilitação 5, para onde está prevista a instalação de uma unidade hoteleira com um espaço verde para uso público e também do funicular que ligará o recinto da Feira de S. Mateus ao centro histórico, que já estava previsto.
Reiterou a importância da construção de dois novos parques de estacionamento (junto ao Museu Grão Vasco e ao Teatro Viriato), cujos projectos já tinham sido apresentados mesmo antes de ser dado a conhecer todo o estudo de enquadramento estratégico.

Apesar das avultadas verbas prevista no estudo, Fernando Ruas considera que "é como investir em jóias".
A SRU e a autarquia prometem estar abertas às sugestões dos cidadãos, nomeadamente no sentido de saber que obras consideram prioritárias.
"As unidades operativas podem avançar sem estar à espera do projecto global, que nunca será questionado", frisou.

AMF.
Lusa/fim

1 comentário:

Anónimo disse...

Aqui pensa-se:

http://pensarviseu.blogspot.com/2008/04/um-embuste-2.html

um pensador